Da Redação
Com Lusa
Moçambique deverá ser autossuficiente em milho na atual campanha agrícola, apesar das pragas e adversidades que a cultura enfrentou, anunciou o ministro da Agricultura, Higino Marrule.
Os agricultores moçambicanos perderam 188 mil hectares de plantações devido a pestes e condições atmosféricas adversas no primeiro quadrimestre deste ano.
A área corresponde a 1,2% do total de áreas cultivadas previstas para a campanha 2017/18 no país, referiu o governante à margem de uma reunião do Conselho Coordenador da tutela, em Maputo, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
A cultura mais afetada foi o milho, com 116 mil hectares perdidos, referiu o ministro, confiante, ainda assim, que o país será autossuficiente e prevendo até um aumento na produção de 27% em relação à última campanha, de 2,6 para 3,3 milhões de toneladas.
A maioria das famílias em Moçambique pratica agricultura de subsistência.
Para elas, as mudanças climáticas são uma ameaça séria, disse o ministro, contribuindo para a propagação de pragas e doenças.
“Devemos estar permanentemente preparados para a vigilância epidemiológica e para o controle de pragas e doenças, com especial atenção para as pragas que atacam as culturas que são cruciais para a segurança alimentar”, referiu.
No que respeita à produção de culturas de rendimento, o algodão deverá registar o maior crescimento no país, na ordem de 53%, com uma produção estimada de 80 mil toneladas, em comparação com 52.000 toneladas no ano anterior.
Na produção de cana-de-açúcar, o aumento previsto é de 45%, passando de 2,9 milhões para 4,2 milhões de toneladas.
A produção de castanha de caju registou um declínio na comercialização, com 126 mil toneladas transacionadas, 8% menos que no ano anterior.
Um total de 32.600 toneladas de caju foram exportadas em bruto, enquanto a indústria moçambicana de processamento absorveu as outras 47.800 toneladas, acrescentou Higino Marrule.
O ministro deixou um alerta: a campanha agrícola de 2018/2019 acontecerá “num contexto de escassez de recursos, o que nos desafia a priorizar o planeamento voltado para ações que tenham impacto na produção”.