Mundo Lusíada
Com agencias
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou dia 30 que, mesmo com a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou a greve abusiva, a paralisação da categoria foi iniciada e atinge refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos. O movimento programou atos e manifestações ao longo do dia.
Pelo balanço da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
A FUP informou que não houve troca dos turnos da 0h nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Segundo a federação, na Bacia de Campo os trabalhadores também aderiram à paralisação em diversas plataformas.
Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis.
A paralisação dos petroleiros ocorre três dias depois de o presidente Michel Temer e equipe negociarem um acordo com os caminhoneiros. Por mais de uma semana, os caminhoneiros pararam o país, provocando desabastecimento nos postos de gasolina, supermercados e prejuízos à economia.
Na terça-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou o movimento ilegal e estipulou uma multa de 500 mil reais (116 mil euros) por dia aos sindicatos do setor, após uma ação interposta pela Petrobras e pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Membros do governo tem apontado os protestos de cunho político, para derrubar o governo. A reivindicação já teve apoio de seis entidades sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central e Central dos Sindicatos do Brasil (CSB).
Com críticas ao governo federal e apoio à paralisação dos caminhoneiros, os líderes das centrais sindicais reiteram a relevância da Petrobras na economia nacional e seu papel estratégico.
Segundo a imprensa brasileira, os funcionários decidiram parar as atividades por 72 horas em solidariedade ao movimento dos caminhoneiros e para pedir a destituição de Pedro Parente da presidência da Petrobras, entre outras reivindicações.
A polícia já abriu diversos inquéritos para investigar suposto apoio de donos de transportadoras na última greve dos caminhoneiros. O Presidente Temer afirmou na terça-feira que o governo esgotou todos os recursos para atender às exigências do setor e espera uma “situação normalizada” nos próximos dias.
No balanço de terça-feira, oito aeroportos continuavam sem combustível e vários hospitais anunciaram a falta de material para cirurgias e tratamentos médicos especializados. Os postos de gasolina retomam as atividades na medida que vão recebendo o produto, ainda com filas enormes para os brasileiros.
Os centros de abastecimento de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo começaram a receber algumas frutas e verduras e os transportes públicos voltaram lentamente ao normal. O transporte público operou em quase 70% e as escolas e universidades já abriram portas.