Governo timorense prepara transição para novo executivo

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro timorense afirmou ter dado instruções aos membros do executivo para prepararem relatórios para a transição para o VIII Governo, que poderá tomar posse em junho. “Dei orientações nesse sentido. O meu gabinete também está a preparar isso”, confirmou, em declarações aos jornalistas.

“Eu tenho sentido de Estado e, por isso, em termos de Estado, é essencial garantir a continuidade da governação. Cabe ao Governo que sai preparar as coisas para o Governo que entra”, explicou. Mari Alkatiri falava no final do encontro semanal com o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, e após ter dirigido a última reunião do Conselho de Ministros do VII Governo Constitucional.

Nessa reunião, Mari Alkatiri “agradeceu a contribuição e dedicação de todos os membros do Executivo ao longo dos últimos oito meses”, e considerou que, “apesar de todos os obstáculos e de todas as dificuldades, o atual Governo conseguiu demonstrar a sua coesão e capacidade de gestão em defesa do superior interesse nacional” do país, de acordo com um comunicado do Governo,.

“Os vários membros do Governo manifestaram o seu enorme apreço pela confiança e espírito de abertura demonstrada pelo atual chefe do Executivo, fazendo um breve balanço sobre a prestação do VII Governo Constitucional e apresentando as suas apreciações sobre o decorrer do processo eleitoral e os resultados oficiais da eleição parlamentar de 2018”, referiu.

Alkatiri explicou ter apresentado ao Presidente timorense pequenas questões de “gestão corrente”: “Fundamentalmente gerir os duodécimos para poder manter tudo a funcionar”. “Não há preocupação com dinheiro. Temos dinheiro até agosto ou setembro”, disse.

Mari Alkatiri remeteu para “mais tarde”, na sede do Comité Central da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), uma reação à decisão do Tribunal de Recurso que considerou “totalmente improcedente” o recurso interposto pelo partido, segundo mais votado nas eleições de 12 de maio, por suspeita de várias alegadas irregularidades do processo eleitoral.

O Tribunal está agora a analisar as atas referentes ao apuramento nacional dos votos devendo deliberar até ao fim de semana se valida ou não os resultados do voto. O escrutínio municipal e apuramento nacional confirmaram que a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) venceu as eleições legislativas com mais de 305 mil votos, ou 49,6% do total, o que lhe dá 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional e a possibilidade de formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.

Em segundo lugar, ficou a Fretilin, que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve mais de 213 mil votos, ou 34,2% do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.

No Parlamento estará também o Partido Democrático, parceiro da Fretilin no VII Governo, e que perdeu dois deputados para cinco, tendo obtido mais de 50 mil votos ou 8,1% do total, e a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) que obteve 34 mil votos (5,5%) do total e três deputados.

Assim que os resultados forem validados pelo Tribunal de Recurso pode ser agendada a tomada de posse dos deputados eleitos, o que pode ocorrer entre 05 e 07 de junho. Posteriormente, será empossado o VIII Governo de Timor-Leste.

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