FOTO ARQUIVO Florianópolis – 20 de novembro 2017 – Ministro da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, e de Portugal, durante abertura da 2° Reunião Ministerial e Diálogo de Alto Nível entre comunidades cientificas, governo e indústria sobre Interações Atlânticas. Foto: Ivo Lima/MCTIC
Da Redação
Com Lusa
O ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse que até novembro o Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Center) deverá avançar para projetos e iniciativas concretas a serem implementadas gradualmente.
“Até novembro, nas Canárias, a ideia é passar do programa científico [do AIR Center] para projetos e iniciativas concretas para que possam gradualmente ser implementadas”, disse Manuel Heitor.
O ministro falava aos jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito do 3.º Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo, que reúne, hoje e terça-feira, cerca de 300 cientistas, representantes de governos e empresários para analisar os avanços alcançados na execução do Centro de Investigação Internacional do Atlântico.
O encontro deverá marcar a finalização da fase conceptual do referido centro, com sede nos Açores, e a entrada na fase operacional daquela que será uma rede internacional de organizações de investigação oceânica e espacial na zona do Atlântico.
Os dois encontros anteriores, realizados nos Açores (Portugal) e Florianópolis (Brasil), lançaram as bases para a institucionalização do centro, o que deverá acontecer durante a reunião em Cabo Verde, com a aprovação da Declaração da Praia.
Durante a reunião da Praia será também definido o programa científico do AIR Center, assente em seis linhas: recursos marinhos e biodiversidade, oceano limpo e saudável, integração de sistemas do espaço exterior às profundidades oceânicas, mitigação e adaptação às alterações climáticas, sistemas sustentáveis de energia e ciência dos dados, inteligência artificial e sistemas de aprendizagem para problemas de clima, dinâmica atmosférica e oceânica.
Manuel Heitor lembrou que a execução do centro e da rede de organizações é um processo longo e que a intenção não é impor uma agenda, mas que esta nasça dos desafios específicos de cada país.
“O centro não é português, não é cabo-verdiano. Será de todos os países que participam nele”, disse, assinalando que pretende fazer a “federação” de uma série de infraestruturas científicas que existem no Atlântico, tendo como “sede simbólica” os Açores.
“Queremos através da ciência e do conhecimento criar empregos e estimular o desenvolvimento econômico. O AIR Center é uma ideia inovadora de melhor integrar as tecnologias do espaço com as oceânicas, olhando para as questões críticas das mudanças climáticas e, sobretudo, da necessidade de desenvolvermos novos sistemas energéticos sustentáveis”, prosseguiu.
O ministro português disse ainda que prossegue a mobilização de financiamentos para a execução do centro.
“O Governo português já dedicou financiamento para este centro [10 milhões de euros] e, entretanto, temos negociado com a Comissão Europeia e já propusemos um contrato para financiar o arranque do AIR Center. Estamos a federar financiamentos em outros governos e [queremos] ter cada vez mais o acesso de instituições internacionais e de bancos de desenvolvimento”, adiantou Manuel Heitor.
O governante afirmou que o processo prevê a atração de financiamento público e privado, sublinhando a importância de ter uma agenda inovadora que possa atrair investimento nomeadamente por parte de empresas.
“Temos de trabalhar sempre a pensar na criação de emprego e na atração de financiamento para o desenvolvimento económico”, apontou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Na fundação do AIR Centre estão envolvidos os governos de Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai, São Tomé e Príncipe, juntamente com o Governo regional dos Açores.
O Reino Unido e a África do Sul estão, nesta fase, como países observadores. O próximo encontro sobre o AIR Center está agendado para novembro, nas Canárias.