Da Redação
Com Lusa
O parlamento português aprovou uma audição da Procuradora-Geral da República, na comissão de Assuntos Constitucionais, na sequência do relatório sobre a petição acerca das alegadas adoções ilegais pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
A audição de Joana Marques Vidal foi aprovada por unanimidade, ficando ainda em aberto a audição de mais entidades relacionadas com a adoção de crianças e a eventualidade de continuarem, ainda hoje, a não respeitar-se as regras.
O PSD, através da deputada Teresa Morais, autora do relatório sobre a petição que pede uma comissão de inquérito às alegadas adoções ilegais pela IURD na década de 1990, admitiu a necessidade de ouvir outras entidades, como a tutela da Segurança Social ou responsáveis da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O CDS, que apoia a proposta do PSD, entregou já um projeto de lei para a criação de um Comissão Técnica Independente, à semelhança da que existiu para os incêndios, avaliar procedimentos no caso das adoções da IURD.
A discussão sobre se a Assembleia da República vai ou não ouvir mais entidades ficou remetida para mais tarde, nomeadamente quando for discutido o projeto do CDS.
A proposta de audição da procuradora foi feita, em 18 de abril, pela deputada socialista Catarina Marcelino na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Assembleia da República, em que o relatório de Teresa Morais, do PSD, sobre a petição foi aprovado por unanimidade.
O caso das alegadas adoções ilegais de crianças portugueses por pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, com sede no Brasil, começou com uma série de reportagens na estação de televisão TVI, intituladas “Segredos dos Deuses”.
Em janeiro, realizaram-se vigílias em vários pontos do país, incluindo em frente à Assembleia da República, em Lisboa, em que se exigia a criação de uma comissão de inquérito sobre este caso, tendo-se recolhido milhares de assinaturas para a petição “Não Adoto esse Silêncio”.
Tratando-se de uma petição, qualquer iniciativa depende dos grupos parlamentares e, neste caso, segundo a lei, um inquérito parlamentar tem que ser proposto por um quinto dos deputados.