Da Redação
Com Lusa
O presidente da comissão parlamentar de Ambiente apelou ao Governo português para que não se precipite no âmbito do processo de limpeza de resíduos no rio Tejo e pediu para que se evitem mais asneiras ambientais.
“E, por favor, não façam asneiras antes de conversarmos todos e antes de procurarmos encontrar a melhor solução para este problema [retirada de lamas do Tejo]. Por aquilo que estou a constatar, esta não é uma boa solução em definitivo, e, portanto, deve ser evitada. Não cometamos mais erros”, afirmou à agência Lusa, Pedro Soares.
O presidente da comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação deslocou-se ao terreno, situado nas Portas de Ródão, onde já está a ser instalado um estaleiro no âmbito da limpeza de resíduos do rio Tejo, após o Governo ter tomado posse administrativa do local.
Pedro Soares, eleito pelo BE, não quer que o Ministério do Ambiente se precipite e apela a que se procure encontrar soluções que resolvam o problema, mas que preservem o ambiente.
“Esta região tem sido massacrada com tantos atentados ambientais, não é justo que sofra mais um. Nas últimas informações no cronograma do Governo, a extração das lamas seria só para junho. Bem, estamos em 25 de abril e ainda não há deposição das lamas. Temos mais de um mês para que haja uma decisão ponderada sobre esta questão”, defendeu.
O deputado do BE explicou que vai haver brevemente, uma audição do ministro do Ambiente, dos presidentes das câmaras de Vila Velha de Ródão e de Nisa, dos ambientalistas e da própria Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“A comissão parlamentar [do Ambiente] vai fazer aquilo que o Governo não fez, que é juntar esta gente toda, e vamos lá conversar sobre esta matéria. Esperamos que a audição (…) ajudar o Governo a refletir sobre esta matéria. Nós não queremos, como é óbvio, obstaculizar o tratamento das lamas. Pelo contrário”, frisou.
O tratamento das lamas deve ser feito, mas sem acrescentar problemas a um problema grave que já existe, com a emissão de matéria orgânica por parte das celuloses para o rio Tejo e que estão na base desta situação, defendeu.
“Vamos tentar evitar mais erros, vamos procurar encontrar soluções tecnicamente adaptadas a esta situação concreta, que não massacrem mais, em termos ambientais, esta região e que protejam esta área classificada, com grande interesse natural e que seja economicamente viável mas também que seja ambientalmente ajustada. E, isso é fundamental que seja assim”, sustentou.
Pedro Soares sublinhou que esta é uma situação estranha que está a suscitar muita preocupação.
“O Ministério do Ambiente já cometeu erros de mais sobre esta matéria da poluição no Tejo e devia ponderar não voltar a cometer erros graves que depois são muito difíceis de resolver. Andou dois anos a dizer que não havia problema nenhum com a poluição do Tejo (…)”, concluiu.