Da Redação
Com Lusa
O Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS, António Costa, disse, em Torres Novas, que o país “precisa de imigração” e de “atrair talento” para resolver o seu problema demográfico.
António Costa, que participou em Torres Novas (distrito de Santarém) na recepção de contributos dos militantes para a moção política que apresentará ao congresso agendado para 25 a 27 de maio na Batalha (Leiria), intitulada “Geração 20/30”, falava sobre uma das quatro áreas definidas como “estratégicas” na sua candidatura a secretário-geral do partido, e que são alterações climáticas, sociedade digital, demografia e combate às desigualdades.
Definindo a demografia como “central para o nosso futuro enquanto país”, Costa afirmou que, a par de políticas de natalidade, é preciso ser capaz de “atrair para Portugal talentos, força de trabalho, pessoas, que, sendo estrangeiros, vivendo noutras partes do mundo”, permitam aumentar o equilíbrio demográfico.
“Por mais contas que se façam, não basta o aumento da natalidade para repor o nosso saldo migratório. Precisamos de imigração e, por isso, esse paradigma tem que ser dito com toda a clareza: precisamos de atrair talento para viver em Portugal”, declarou, depois de apontar a evolução do índice de envelhecimento (dos 68,1 de 1990 para os 150,9 de 2016).
“Estamos não só a ficar com uma população mais envelhecida, como estamos a ter cada vez menos jovens. Isto não tem só a ver com o fato de podermos imaginar que em 2060, em vez dos 10 milhões que hoje somos, seremos só 7 milhões, significa enormes desafios que se colocam à própria sustentabilidade da sociedade”, frisou.
Costa referiu ainda os desafios que a humanidade enfrenta com as alterações climáticas, justificando a escolha deste como um dos temas estratégicos da sua moção pelos fenômenos que já hoje se vivem no país e que exigem respostas na forma como se gerem os recursos e o território.
Apontou ainda a sociedade digital e as questões que coloca quanto à qualidade da informação e ao futuro do trabalho, considerando um “enorme e apaixonante desafio” a adaptação que se impõe perante uma “inovação que não se trava” e que vai obrigar a ter capacidade para criar mais postos de trabalho que aqueles que serão eliminados.
O outro “desafio estratégico” da sua moção, o combate às desigualdades, surge do reconhecimento de que, apesar de “hoje se viver melhor”, persistem situações de oportunidade, de coesão territorial, de gênero, de inclusão, por resolver, disse.
Para António Costa, estes “quatro desafios centrais” colocam-se no futuro imediato e exigem “respostas múltiplas”, pelo que defendeu que o congresso deve ter “pensamento estratégico”, fornecendo as bases para o programa do partido aos vários atos eleitorais que se aproximam.
Costa pediu ao partido para que se mantenha vivo e em ligação com a sociedade, não “fechando a sua atividade” enquanto está no Governo.