Da Redação
Com Lusa
O cidadão português que foi encontrado morto na quarta-feira nas ruas de Londres foi deportado duas vezes do Reino Unido, segundo fonte do Governo, que adiantou que ainda não foi possível contactar a família do homem.
Em comunicado, o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas revelou que o homem “estava inscrito no consulado geral de Portugal em Londres desde 2008”.
O cidadão foi deportado para Portugal pelas autoridades britânicas em 2014, tendo sido apoiado através da colaboração entre a Direção Geral de Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas e a Segurança Social.
Na segunda deportação, em 2016, o homem foi deportado por “se encontrar ilegalmente” no Reino Unido, “sem que tivesse sido formulado qualquer pedido de apoio aos serviços consulares”.
Depois dessa data, acrescenta a mesma fonte do gabinete de José Luís Carneiro, as autoridades portuguesas “não voltaram a ter registo da permanência do cidadão em território britânico”.
O Governo adianta que os serviços consulares de Portugal em Londres “têm procurado contactar a família do cidadão português falecido em circunstâncias trágicas na capital britânica, o que ainda não se revelou possível”.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), “não é conhecida a existência de familiares diretos deste cidadão em Portugal, sabendo-se que poderão residir noutros países, nomeadamente em Angola, onde o cidadão tinha raízes familiares”.
Os serviços consulares, acrescenta o mesmo comunicado, continuam a “acompanhar este processo, junto das autoridades britânicas”, nomeadamente no que diz respeito à identificação, autópsia e aos procedimentos administrativos relacionados com a libertação do corpo e o registo do óbito.
A polícia britânica referiu que prepara um relatório sobre este caso para entregar ao ‘coroner ‘, o juiz de instrução que dirige o inquérito a mortes inesperadas sem causa natural.
Esta quinta-feira, o Governo português confirmou a morte do cidadão português, de 35 anos, que as autoridades locais tinham identificado como um sem-abrigo.
O alerta tinha sido dado na quarta-feira, pelas 07:16, quando foi descoberto um homem sem respirar na estação de metro de Westminster, levando à chamada dos serviços de emergência.
O incidente gerou alguma controvérsia por o homem ter sido encontrado perto do parlamento britânico, levando o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, a deixar um cartão de condolências e flores.
Nesta sexta-feira, o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a morte do cidadão, “em circunstâncias desumanas”.
O chefe de Estado português manifestou também a sua “solidariedade para com as pessoas que vivem em condições precárias, sem teto ou sem casa, apelando ao esforço de todos para a sua inclusão na sociedade”, acrescentou na nota.