A “língua é uma condição insubstituível de afirmação da individualidade e da diversidade”.
Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro português defendeu que a política da língua portuguesa é uma prioridade na ação do seu Governo, considerando que esta aposta é uma condição “insubstituível” de afirmação da individualidade e da diversidade num mundo de massificação.
“Quero, neste momento, reafirmar o compromisso do Governo com a língua portuguesa, com os seus valores e as suas valências, da mais simbólica e poética à mais prática e instrumental. Num mundo em risco de massificação, de uniformização e de hegemonização, a língua é uma condição insubstituível de afirmação da individualidade e da diversidade”, sustentou o líder do executivo.
António Costa falava na entrega, juntamente com o embaixador do Brasil em Portugal, Luís Alberto Figueiredo Machado, do Prêmio Camões 2017 ao poeta e ex-candidato presidencial Manuel Alegre, no Palácio Nacional da Ajuda.
No seu discurso, além do elogio ao seu “camarada” de partido Manuel Alegre, António Costa falou também sobre a prioridade da difusão da língua portuguesa.
“Cada língua representa um mundo e uma visão do mundo, é uma singularidade e uma pluralidade, é uma fixação e um movimento, é um passado, um presente e um futuro, é uma oportunidade e uma afirmação. Reitero a nossa vontade de reforçar, ampliar e modernizar uma política de língua mais ativa e mais eficaz, mais partilhada e mais presente”, especificou o primeiro-ministro.
António Costa sustentou depois que o conjunto da sociedade civil “tem de saber mobilizar-se para esse grande desígnio, que não é apenas dos Estados e das instituições, mas também das sociedades e de todos os lusofalantes”.
“Desejo, nesta cerimônia de tão grande significado, saudar calorosamente os povos, países e comunidades dispersas pelo mundo que falam o português. Todos e cada um deles são representantes dessa comunidade maior, grande e vasta, que fala a língua de Camões, de José Craveirinha e de Carlos Drummond de Andrade; de Pessoa, de Guimarães Rosa e de Luandino Vieira; de Saramago, de Arménio Vieira e de Jorge Amado; de Baltazar Lopes, de Cecília Meireles, de Mia Couto e de Manuel Alegre”, declarou o primeiro-ministro.
Estiveram na cerimônia ainda os ministros da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o ex-líder parlamentar socialista, Alberto Martins, e o presidente do PS, Carlos César.