Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa lança estágios em Brasília

Da Redação
Com Lusa

O Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP) vai lançar, na segunda-feira, o primeiro ciclo de estágios de arquitetura em Brasília, para profissionais de Portugal, Angola e Cabo Verde.

“O primeiro ciclo de estágios começa em janeiro de 2018” no Brasil e é “acessível para arquitetos inscritos na Ordem de Arquitetos de Portugal, de Angola e de Cabo Verde”, disse à Lusa Rui Leão.

O objetivo do Voluntariado Internacional para Arquitetos de Língua Portuguesa (VIA) é dar acesso ao programa de assistência técnica em Arquitetura e Urbanismo, regularização e projetos para áreas urbanas de interesse social, a realizar-se, numa primeira fase em Brasília.

Arquitetos e urbanistas poderão participar como voluntários nos 11 escritórios de assistência técnica para habitação de interesse social mantidos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal do Brasil, sob coordenação de profissionais.

“O programa permite a todos os arquitetos de língua portuguesa uma abordagem a nível de gestão urbana do Governo de Brasília, que criou gabinetes de apoio técnico local em todos os bairros precários da região”, explicou Mário Leão.

A CODHAB criou pequenas equipes técnicas, que incluem arquitetos, para responder às necessidades das comunidades em bairros precários, em projetos e construção de habitação, infraestruturas, espaços públicos, rede viária, com “grande envolvimento da população”, disse.

“No fundo, vai-se transformando a favela em cidade, com grande envolvimento da população, incluindo criação de emprego. É altamente reconciliatório na própria comunidade que se vai reconstituindo e fortalecendo”, sublinhou.

“É um projeto inovador de grande eficiência e um modelo alternativo de gestão urbana de sucesso”, acrescentou o arquiteto.

O VIA é um projeto coorganizado pela CODHAB e pelo CIALP (Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa) que, além do intercâmbio de experiências profissionais, “abre o debate sobre como fazer urbanismo”, destacou.

O Brasil, onde vai decorrer o próximo congresso da União Internacional dos Arquitetos (UIA) em 2020, tem tido “um papel muito importante ao nível das questões contemporâneas da cidade e da sustentabilidade”, afirmou.

“Está toda a gente com os olhos postos no Brasil porque isto é a resposta para uma questão que ninguém sabia resolver, outros estados brasileiros, universidades e arquitetos de outros países, era isto que a cidade brasileira precisava e não de mais planos diretores e grandes investimentos”, disse.

A data de 2020 é também a primeira em termos de metas da UN-Habitat para reduzir o impacto negativo sobre o ambiente, com a adoção de padrões nos edifícios e de redução da pegada ecológica dos edifícios, sublinhou.

Em 2012, o CIALP assinou uma parceria com a UIA, em Macau, que lançou uma plataforma para comunidade internacional de arquitetos.

Criado em 1991, o CIALP integra as ordens de arquitetos de Angola (OAA), do Brasil (IAB), de Cabo Verde (OAC), da Guiné-Bissau (OAGB), de Moçambique (Arquitrave), de Portugal (OA), de São Tomé e Príncipe (Ordem dos Engenheiros e dos Arquitetos), Goa (Secção de Goa do Instituto Indiano de Arquitetos) e Macau (Associação dos Arquitetos de Macau).

É também observador consultivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

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