Empresários de Macau em metade dos acordos assinados entre China e países lusófonos

Da Redação
Com Lusa

Empresas de Macau estão envolvidas em metade dos dez protocolos assinados em junho no encontro de empresários chineses e dos países lusófonos, realizado em Cabo Verde, segundo o IPIM.

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) levou uma delegação de “66 empresários ao Encontro para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, na Cidade da Praia, no mês passado.

Os protocolos assinados envolvem as áreas da construção civil e materiais de construção, cuidados de saúde, intercâmbio e distribuição de café e referem-se à cooperação entre empresas da China, Angola, Cabo Verde, Portugal e Macau, acrescentou a responsável.

À comitiva de Macau juntaram-se mais de 60 empresários idos da China, cerca de três dezenas dos quais integrados em delegações específicas das províncias de Liaoning, Fujian e Hunan. A delegação chinesa foi organizada pelo Conselho de Promoção do Comércio Internacional da China (CCPIT, sigla em inglês).

Ao todo, cerca de 130 empresários e empresas da China e de Macau estiveram em Cabo Verde, onde visitaram infraestruturas turísticas e de lazer, disse Gloria Batalha, sem avançar estimativas sobre o montante dos investimentos.

Depois de Cabo Verde, as delegações da China e de Macau deslocaram-se a Lisboa para o Fórum empresarial das oportunidades de negócio entre Portugal, China e Região Administrativa Especial de Macau, que contou com mais de 200 participantes e resultou na assinatura de dois projetos entre empresários do território e de Portugal, na área da informação e da saúde, afirmou Glória Batalha.

Ainda em Portugal, a delegação de empresários de Macau participou na feira e fórum internacional de negócios China-Países de Língua Portuguesa e Espanhola (FIN 2017), no Porto, de 21 a 23 de junho.

A dirigente do IPIM acompanhou ainda a representação da província chinesa de Fujian (sul) a São Tomé e Príncipe, no primeiro contacto depois de o país africano e a China terem reatado as relações diplomáticas.

As autoridades são-tomenses estão muito interessadas nos investimentos chineses, com a mediação de Macau, sobretudo nas áreas do turismo e hotelaria e pescas, afirmou Gloria Batalha.

Os representantes da província de Fujian assinaram um protocolo de cooperação na área das pescas, estando agora avaliar possibilidades de investimento, acrescentou.

Gloria Batalha sublinhou que um empresário de Macau está também a analisar a possibilidade de investir num hotel temático e nas pescas em São Tomé.

O país africano, antigo aliado de Taiwan, restabeleceu relações diplomáticas com a República Popular da China a 26 de dezembro do ano passado, e em março, São Tomé aderiu ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).

Gloria Batalha acrescentou que o interesse crescente nos produtos e serviços dos países de língua portuguesa levou à criação de um espaço individualizado na Feira Internacional de Macau (MIF), que vai acontecer em outubro.

Esse espaço, que a organização designou por PLPEX, vai funcionar “lado a lado” e em simultâneo com a MIF, que cumpre este ano a 21.ª edição.

Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim.

O próximo encontro de empresários lusófonos, de Macau e chineses vai realizar-se, em 2018, em Portugal.

A Comunidade de Países de Língua Portuguesa integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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