Ajuda da Comunidade à Provedoria Portuguesa deveria ser o dobro, diz presidente

Por Vanessa Sene
No ensolarado sábado de 24 de junho, a Provedoria da Comunidade Portuguesa promoveu um novo evento, uma “Festa de São João” com sardinhada. O almoço aconteceu no jardim do Lar dos Idosos da Provedoria e reuniu dirigentes associativos de São Paulo e amigos em um momento de descontração e farta comida típica. E até a Seleção de Portugal resolveu ganhar de 4×0 da Nova Zelândia, para alegria dos convidados que lá assistiram ao jogo e se deliciaram com o almoço.
“Além de divulgar o projeto da Provedoria para quem não conhece, é uma oportunidade para que todos convivam e para arrecadarmos uma verba para nossos velhinhos” diz o presidente da instituição Paulo Porto, que recebeu os convidados com muita sardinha na brasa – foram servidos cerca de 90 quilos – além de broa, doces portugueses e outros pratos juninos.
O evento não estava no calendário mas veio suprir a ajuda recebida no jantar anual do Clube Português no mês de maio e que este ano não ocorreu. Por conta de mudança na diretoria e reestruturação no clube, o evento da Provedoria retoma no ano que vem.
“No final do ano fazemos um churrasco parecido com esse, no primeiro domingo de dezembro que é nosso último evento, arrecadamos o ano passado cerca de 25 mil reais e a nossa expectativa para hoje é que seja próximo disso” diz Paulo Porto, lembrando que o custo da instituição é alto e o que mantém a Provedoria são os colaboradores mensais. “Estes eventos são bons porque reforçam nosso caixa, no começo do ano temos folha de pagamento com todos os encargos, no final do ano temos 13º salário, então sempre temos que ter reforço de caixa para previsões de gastos extras”.

Lar dos Idosos
Atualmente, o lar da Provedoria atende 48 idosos, 25 deles são portugueses e o restante são brasileiros e de outras nacionalidades. “Não temos nenhuma discriminação ou separação. Existe também uma rotatividade, no mês passado tivemos uma baixa de uma senhora que já estava há muitos anos conosco” conta o presidente.
Segundo Porto, a capacidade da casa é para 96 idosos, mas a totalidade aumentaria as despesas com medicação, consultas médicas e enfermeiros, auxiliares de enfermagem e médicos que visitam a instituição duas vezes por semana. “Se a gente estivesse com a capacidade plena teríamos que contratar mais funcionários porque existe um mínimo de funcionários para atendimento”. O custo fixo mensal da instituição já é alto com 23 funcionários em regime de plantão, número mínimo que exige a legislação brasileira.
Paulo Porto trabalha na parte jurídica da instituição desde 2003, e agora como presidente vai completar dois anos à frente da Provedoria, que agrega ainda o Centro de Apoio aos Portugueses Carenciados, onde trabalha desde 2013, um braço assistencial do Consulado de Portugal que trabalha por portugueses em situação irregular e também em presídios.
“Estou habituado a esse trabalho. Nós trabalhamos praticamente em colegiado, é a vez de cada um ser o presidente da instituição” diz Paulo que conta com apoio de muitos amigos da comunidade no apoio à Provedoria. “Graças às pessoas que ajudam nas associações e os amigos, temos tido um resultado muito bom nessa última gestão. É também fruto de um trabalho da gestão anterior de transparência e seriedade, e este ano conseguimos agregar algumas associações e instituições, como a Caixa Geral Brasil, a EDP, eles inclusive fizeram comitê de solidariedade dentro da empresa para arrecadar fraldas descartáveis, que é o que a gente mais gasta, além de doações em dinheiro para ajudar nas outras despesas”.
Entre as várias associações portuguesas colaboradoras, Paulo Porto citou que “seria injustiça nomear a todos porque a minoria não ajuda mas a maioria colabora”.
Segundo ele, a Provedoria consegue agregar a todos porque é a única instituição portuguesa que realiza este trabalho social. “É única associação portuguesa de São Paulo, talvez até do Brasil, não conheço a realidade de outros estados, mas é única que faz esse trabalho social. Então acho que a comunidade deveria se aproximar mais e participar mais da Provedoria, até dentro da diretoria e das nossas atividades. Existem as que ajudam mas deveria ser no mínimo o dobro do que é hoje, porque é uma causa maior e de todos” finalizou.

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