Presidente português elogia Hospital de Coimbra e equipe dos Bombeiros

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, visita um centro de distribuição alimentar durante visita a centros de comando da Proteção Civil, em redor de Pedrogão Grande,19 de junho. MANUEL DE ALMEIDA / LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

O Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa esteve no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo declarado “gratidão” à unidade e visitado vários feridos do incêndio em Pedrógão Grande.

“Num momento muito difícil, de fato esta instituição não só esteve à altura das circunstâncias como se excedeu”, vincou Marcelo Rebelo de Sousa, falando aos jornalistas no final da visita de cerca de 45 minutos à unidade de queimados do CHUC e ao serviço de urgências.

“Queria agradecer a esta instituição a forma excelente, excecional, como respondeu a partir das 22:00 de sábado”. O chefe de Estado cumprimentou a “equipe de expcecional qualidade” do hospital, trabalhadores “que continuam, todos os dias”, a responder aos feridos que a unidade acolheu.

Questionado sobre as conversas que teve com os feridos, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu a “consciência do processo de recuperação”, de que “estavam a melhorar”, e destacou uma conversa que teve com uma bombeira de Castanheira de Pera, corporação que perdeu um elemento no combate aos fogos.

“Houve uma grande vontade que me impressionou da bombeira em querer voltar ao serviço. Sabe que tem colegas, camaradas, a lutar e a combater as chamas, e ela queria estar ao lado deles. Isso é muito impressionante, porque estando a recuperar, não pode tão depressa cumprir esse desígnio”, sustentou.

O Presidente disse ainda que “está a acompanhar” a situação em Góis, onde as elevadas temperaturas e vento forte estão a provocar o alastramento do incêndio na zona.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos, segundo o último balanço provisório. Já 32 vítimas foram identificadas, nenhuma de nacionalidade estrangeira.

O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria. Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais. nesta terça, continuam a combater as frentes ativas 1.153 operacionais, apoiados por 391 veículos, 13 meios aéreos e 11 máquinas de rasto.

As imagens dos bombeiros exaustos no trabalho do combate aos incêndios de Pedrogão tomaram as redes sociais e diversos jornais no mundo. O bombeiro português Pedro Brás partilhou uma imagem (foto), no grupo Respeito pelos Bombeiros, que chegou às páginas do jornal espanhol El Mundo e foi partilhado mais de 70 mil vezes. Na foto do dia 18, durante 25 minutos os bombeiros se deitaram para descansar e recuperar as forças.

Intervenção imediata
Para o bastonário da Ordem dos Psicólogos, a recuperação emocional das vítimas de catástrofes, como o incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, exige uma intervenção “num tempo muito curto” após a tragédia.

“São experiências muito marcantes”, que podem “deixar problemas para o futuro” e contribuir para a existência de perturbações de caráter psicopatológico, como depressão, uso de substâncias ou ‘stress’ pós-traumático, advertiu Francisco Miranda Rodrigues.

“É preciso antes de mais fazer uma estabilização inicial, nomeadamente a nível emocional”, para reduzir os sintomas que as pessoas estão a sentir naquele momento, explicou o bastonário. Também é “muito importante” apoiar, acalmar e dar a estas pessoas “uma sensação de maior segurança” e fazer “uma conexão à rede de suporte social”.

“Muitas destas pessoas, nomeadamente os idosos, estão muito mais habituados a cuidar dos outros e estas situações acabam por apelar para algo que não estão muito habituados, que é pedir ajuda”, explicou Francisco Miranda Rodrigues.

O trabalho junto da comunidade também é essencial: “Quanto mais acreditarem que são capazes de lidar com as tarefas que agora têm pela frente, maior será a possibilidade de se readaptarem e se reabilitarem para uma nova fase e voltarem o melhor possível às suas vidas, que será necessariamente diferente”.

Há estudos que indicam que por cada vítima física em situações de catástrofe existem quatro a dez com necessidade de intervenção psicológica, indicou.

Muitas pessoas se mobilizaram para ajudar em doações e alimentos não perecíveis, levando muita água, frutas e comidas para auxiliar aos que saíram de suas casas.

Segundo Jornal Economico, a “Conta Solidária Caixa” aberta para ajudar as vítimas do incêndio atingiu, em 24 horas, um montante de donativos superior a meio milhão de euros. A CGD afirmou em comunicado que o número de pessoas que deram um contributo tinha ultrapassado 7 mil pessoas. Os bancos Millennium BCP e Novo Banco também abriram uma conta para doações.

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