Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro apresentou Portugal durante o seu primeiro dia de visita oficial à Argentina, como o melhor advogado para a concretização de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
António Costa assumiu esta posição no final de um Fórum de Negócios entre Portugal e a Argentina dia 12, em que esteve acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e no qual também fez a defesa da ideia de comércio livre.
Susana Malcorra, no seu último ato oficial como ministra argentina dos Negócios Estrangeiros, tinha antes salientado a importância de Portugal para a abertura ao exterior do seu país, após um anterior período de protecionismo sob a presidência de Cristina Kirchner.
“Portugal e Espanha têm um pé na União Europeia e outro no mundo ibero-americano”, justificou Susana Malcorra numa resposta a uma pergunta de uma jornalista argentina, após destacar a importância do “novo plano” de abertura da Argentina ao mundo com a atual presidência de Maurício Macri.
O primeiro-ministro português concordou em absoluto com essa imagem de um pé em cada lado aplicada aos dois países ibéricos: “Portugal juntamente como Espanha é o melhor defensor e advogado do acordo entre Mercosul e União Europeia”, reforçou.
Depois, neste contexto, António Costa deixou uma crítica a tendências protecionistas por parte de alguns blocos económicos, sustentando que, no momento em que “outras regiões fecham fronteiras ao comércio livre, a União Europeia e o Mercosul podem estar na primeira linha” de oposição a essa tendência.
“O comércio livre é a melhor forma de desenvolver os nossos países, de combater a pobreza e de criar empregos”, advogou o primeiro-ministro português.
Outra mensagem de António Costa, perante representantes do Governo e do setor empresarial argentino, passou por dizer que “Portugal e a Argentina têm de ser rápidos” em avançar para uma maior intensificação das suas trocas comerciais.
“Quem começar primeiro chega também primeiro. Assim, Portugal e a Argentina estarão melhor preparados para o novo relacionamento entre a União Europeia e o Mercosul”, afirmou o líder do executivo.
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, “estando em vias de conclusão o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, e registando-se uma viragem econômica em Portugal e na Argentina, os dois países estão perante uma oportunidade única para estreitarem as suas relações econômicas”.
“A Argentina tem um grande interesse em estreitar as relações com o mundo português. O melhor sinal disso é a introdução do português nos ensinos Básico e Secundário – área em que desde logo pretendemos colaborar na formação de professores”, acrescentou.
Na sequência de perguntas dos jornalistas, António Costa também falou sobre as suas relações pessoais como o novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Jorge Faurie (que hoje entra em funções), e com o chefe de Estado argentino, Maurício Macri, que desempenhou o lugar de presidente da Câmara de Buenos Aires quando Costa foi autarca de Lisboa.
“As relações pessoais ajudam sempre. O próximo ministro dos Negócios Estrangeiros foi dez anos embaixador da Argentina em Portugal e, como tal, melhor do que ninguém, conhece melhor do que ninguém a realidade portuguesa, designadamente as oportunidades que se abrem em relação àquilo que se pode fazer em conjunto”, referiu.