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O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou as autoridades europeias de não aceitarem os contributos do Brasil na resolução dos seus problemas econômicos, apesar de por diversas vezes terem procurado intervir na economia brasileira. "A Europa não aceitou que déssemos palpites na crise deles, embora eles sempre tenham dado nas nossas", afirma Lula da Silva numa entrevista publicada pelo Diário Económico em 26 de julho. Ainda assim, o presidente brasileiro elogia a "articulação séria" que os responsáveis europeus fizeram para obterem "uma aferição sobre os títulos podres em poder dos bancos". Por outro lado, Lula lança uma outra acusação à forma como a União Europeia lidou com os receios dos mercados financeiros. "O fato é que demoraram muito para ajudar a Grécia, um país pequeno que não poderia ter causado o impacto que causou". Na entrevista, Lula da Silva refere que "economia não tem mágica e é muito prática", destacando várias medidas tomadas pelo Brasil para responder à crise financeira, como o Programa de Aceleração do Crescimento, o estímulo ao consumo de bens duráveis, a desoneração da construção e de vários produtos, como carros, frigoríficos e máquinas de lavar, entre outras soluções. Lula assegura que leva "muito a sério" as contas públicas. "Sou casado há 36 anos e nunca fiz uma despesa que não pudesse pagar. Só comprei TV a cores quando podia. Assim faço com o Brasil. Não queremos deixar as coisas desarrumadas para o próximo governo. Digo que não governo o Brasil, mas cuido do Brasil assim como cuido da família". Lula ainda defendeu a distribuição das receitas do pré-sal pelos estados produtores de petróleo. "Reconheço que o petróleo é da União e que deve haver uma divisão, mas os Estados produtores têm direito a algo mais. O Brasil todo tem de se beneficiar, garantindo um pouco mais para os Estados produtores", disse Lula.
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