EuroAtlantic poderá entrar na privatização da cabo-verdiana TACV, diz Primeiro-Ministro

Da Redação
Com Lusa

CaboVerde_40anosA empresa de aviação portuguesa EuroAtlantic discute o alargamento da parceria com a companhia aérea de Cabo Verde (TACV), que poderá incluir a participação na privatização da empresa, disse à Lusa o primeiro-ministro cabo-verdiano.

José Maria Neves esteve reunido na semana passada, na cidade da Praia, com o presidente do Conselho de Administração da EuroAtlantic Airways (EAA) e administrador do Grupo Pestana, Tomaz Metello.

O responsável da empresa encontrou-se também com o presidente do Conselho de Administração da TACV, João Pereira Silva.

“Há uma parceria e estão a trabalhar diferentes aspectos dessa parceria. De vez em quando a TACV usa os aviões da EuroAtlantic e foi no quadro dessa parceria que estiveram presentes aqui em Cabo Verde. Já nos tínhamos encontrado em Lisboa na minha última passagem e tínhamos conversado. Essa parceria continua e, eventualmente, poderão vir a participar no processo de privatização quando a questão for colocada sobre a mesa”, disse José Maria Neves.

O chefe do Governo de Cabo Verde adiantou, no entanto, que durante o encontro foi sobretudo abordada “a parceria atual e as possibilidades de reforço dessa parceria”.

Fonte do grupo Pestana disse, por seu lado, à agência Lusa que a missão da EAA em Cabo Verde visou “a procura de soluções que possam apoiar a congénere deste país lusófono […] face às atuais dificuldades operacionais e de tesouraria”.

Os TACV, com 57 anos de existência e a única transportadora inter-ilhas, têm enfrentado vários problemas, com o acumular de dívidas e cancelamentos e atrasos recorrentes nos voos.

A empresa tem registrado rotura de tesouraria, tendo em conta que os gastos são muito superiores às receitas da empresa, que tem um passivo de 10 mil milhões de escudos (cerca de 90 milhões de euros).

Em dezembro, a TACV foi suspensa da câmara de pagamentos da Associação Internacional dos Transportes Aéreos (IATA), tendo agora que fazer todos os pagamentos a pronto ou antecipadamente.

O Governo cabo-verdiano pretendia privatizar os TACV até final do ano passado, mas até agora o processo ainda não avançou e o executivo já admitiu dificuldades em encontrar um comprador.

O Ministério das Finanças contratou, entretanto, os serviços de consultoria de uma empresa norte-americana para negociar a reestruturação das dívidas da TACV junto dos seus credores, segundo informação publicada no sábado no Boletim Oficial.

Trata-se da mesma empresa que já assessorou na TACV na primeira fase da intervenção do Governo e que tinha como objetivo a reestruturação da empresa para diminuir os custos e melhorar a sua eficiência na gestão e operações.

A segunda fase da intervenção na TACV deve decorrer nos próximos três a quatro meses. A intervenção do Governo na TACV visa preparar a empresa para a privatização.

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