Da Redação
Com Lusa
As mesas de voto para as eleições Presidenciais na freguesia do Muro, concelho da Trofa, não abriram às 08:00 horas como estava previsto numa forma de reivindicação pela construção da linha de metro.
“Não existem condições para realizar o ato eleitoral porque os locais de voto estão preparados, mas as pessoas que acompanham o ato não compareceram assim como não aparecem eleitores”, descreveu à agência Lusa o presidente da Junta do Muro, Carlos Martins.
Em causa está a reivindicação da população pela construção da linha de metro: prolongamento da linha do Instituto Superior da Maia (ISMAI) até à Trofa.
O boicote ocorreu de forma “pacífica”, descreveu o autarca do Muro, resultando “simplesmente num desprezo das pessoas pelo ato eleitoral”, sem que esteja pensada qualquer manifestação.
Junto ao espaço está colocada uma imagem com fotografias da estação de comboios e os anos 1932 (quando o comboio começou a passar na Trofa), 2002 (quando a ligação ferroviária foi encerrada para dar lugar a metro) e 2016 antecedido da pergunta “e o futuro?”.
Esta não é a primeira vez que os habitantes desta freguesia da Trofa boicotam um ato eleitoral.
Em 2011, nas eleições presidenciais em que foi eleito Aníbal Cavaco Silva, as eleições no Muro foram boicotadas no domingo 23 de janeiro, repetiram-se a 25, terça-feira, mas a população voltou a abster-se.
Também em maio de 2014 nas eleições Europeias houve boicote no Muro que soma cerca de 1600 eleitores.
Recorde-se que a 24 de fevereiro de 2002, a circulação ferroviária nas linhas da CP da Póvoa de Varzim e da Trofa foram encerradas para dar início às obras de construção do canal do metro, disponibilizando-se um serviço de transportes alternativos em autocarro aos clientes.
Mas a população da Trofa continuou sem metro, enquanto a ligação à Póvoa foi inaugurada a 18 de março de 2006.
Em dezembro de 2009 foi lançado o concurso público internacional para a linha da Trofa que acabou por ser suspenso em setembro de 2010.
Recentemente, em outubro do ano passado, foi anunciado que a Linha Verde do metro do Porto vai estender-se, através da Maia, até à Trofa com a criação de duas estações, num projeto de cerca de 36,7 milhões de euros, mas a população do Muro continua a manifestar muitas dúvidas.