Zimbábue pede aos EUA a extradição do caçador do leão Cecil e petições pedem justiça

LeaoCecil_Zimbabue
Reprodução/Zimparks

Da Redação
Com agencias

A ministra do Ambiente do Zimbabué, Oppah Muchinguri, pediu em 31 de julho a extradição do norte-americano Walter Palmer, que matou o leão Cecil, espécie protegida no país e uma das principais atrações do Parque Nacional de Hwange.

“Pedimos às autoridades competentes a sua extradição (de Walter Palmer, um dentista do estado norte-americano de Minnesota) para o Zimbabué para que possa ser julgado pelas infrações que cometeu”, declarou a ministra durante uma conferência de imprensa, segundo divulgou a Lusa.

O leão Cecil era um macho dominante na reserva e ficou conhecido pela sua notável juba negra e fazia parte de uma investigação científica sobre a longevidade dos leões realizada pela universidade britânica Oxford, usando um colar com rádio transmissor. Com 13 anos, ele era pai de várias crias nascidas no local. “Infelizmente, foi tarde demais para prender o caçador estrangeiro, porque já tinha fugido para o seu país de origem” antes do escândalo rebentar, comentou a ministra.

De acordo com a ministra, “as investigações realizadas, até ao momento, mostram que esta caça furtiva foi muito bem organizada e bem financiada, com certeza que funciona”, disse a ministra, acusando o caçador norte-americano e os seus intermediários locais de “caçar furtivamente leões”.

O tribunal de Hwange, competente para julgar o caso, apresentou acusações contra o responsável local pela caçada, Theo Bronkhorst. Ele foi acusado de “não impedir a caça ilegal” e foi colocado em liberdade vigiada antes do início do julgamento, marcado para o próximo dia 05 de agosto. Honest Ndlovu, o dono da propriedade onde o leão foi caçado será, provavelmente, acusado na semana seguinte.

O caçador norte-americano – muito atacado nas redes sociais e por organizações que defendem a causa animal — defendeu-se, num comunicado, dizendo que fez a caçada de boa-fé, não sabia que era ilegal e pediu desculpas publicamente. “Lamento profundamente que uma atividade que eu adoro e pratico de forma responsável e legalmente tenha resultado na morte deste leão.”

De acordo com uma organização não-governamental do Zimbabué, no início de julho, o leão foi atraído para fora da reserva de Hwange, atingido por um flecha e a sua agonia só terminou 40 horas depois, morto a tiro. Segundo a imprensa europeia, o leão foi decapitado para sua cabeça ser guardada como troféu.

As autoridades norte-americanas também já abriram um inquérito para investigar o caso. Nos Estados Unidos, o dentista teve sua clínica fechada temporariamente depois de manifestantes terem protestado colocando cartazes na porta do edifício e de sua página na internet ter sido inundada com diversos comentários.

Segundo o Diário de Notícias, Walter Palmer teve sua vida revirada, casado e pai de dois filhos, é um caçador esportivo que usa arco e flecha e já matou mais de 43 animais de médio e grande porte, entre alces, ursos, veados e búfalos, e já teve anteriormente problemas com a justiça por abater um urso numa zona não permitida nos EUA.

Uma petição com mais de 700 mil assinaturas pede que EUA e Europa proíbam a importação “destes troféus” que ameaçam a sobrevivência destes animais. Confira aqui >>. Outra petição que já reuniu 900 mil assinaturas pede justiça pelo caso e pede ao presidente do Zimbabué para parar de emitir licenças de caça para matar animais em extinção. Aqui>>

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *