Governo: Taxa de desemprego mostra que “Portugal deu a volta”

Mundo Lusíada
Com agencias

PracadoComercio_LisboaO ministro da Solidariedade Emprego e Segurança Social considera que os dados do desemprego revelados em 30 de julho demonstram que “Portugal deu a volta”, ao atingir uma taxa de desemprego inferior à registrada em 2011, quando o Governo assumiu funções. A estimativa mensal divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que a taxa de desemprego para junho de 2015 se situa nos 12,4%.

Para o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, estes dados provisórios devem ser vistos como “um sinal de esperança e confiança para muitos portugueses que ainda estão numa situação de desemprego”. Ao comparar com os dados definitivos do mês anterior, o INE diz que a taxa se manteve inalterada mas assinala também uma tendência decrescente desde fevereiro de 2015.

Mota Soares foi mais longe e comparou os dados com os registados quando o atual executivo entrou em funções: “O Governo recebeu em 2011 um país que tinha um desemprego de 12,7%, tinha a ‘troika’ cá, estava a cumprir um duro memorando de ajustamento e tinha uma recessão. Sabemos hoje que a taxa de desemprego é de 12,4%, isto é, pela primeira vez temos uma taxa de desemprego abaixo do valor do ano de 2011. Isto é a prova de que Portugal deu a volta”, disse à margem de uma visita ao Centro de Formação da Indústria Alimentar, na Pontinha.

Desde janeiro de 2013 até agora foram criados 204 mil postos de trabalho, sublinhou Mota Soares, que entende que os dados de agora vão “no sentido certo, isto é, no sentido descendente”. Para Pedro Mota Soares, o “maior desafio de Portugal”, neste momento, é precisamente, “criar emprego e criar oportunidades de trabalho”.

Segundo o INE, a estimativa provisória da população desempregada para junho de 2015 foi de 636,4 mil pessoas, enquanto a estimativa provisória da população empregada foi de 4.492,7 mil pessoas, mantendo-se ambas “praticamente inalteradas” em relação ao mês anterior.

Entre os 636,4 mil desempregados há um aumento de 5% de mulheres (15,8 mil) e uma diminuição de 4,5% de homens(14,5 mil). Nestas estimativas foi considerada a população dos 15 aos 74 anos e os valores foram previamente ajustados de sazonalidade. De acordo com o INE, tanto a população desempregada jovem como a de adultos se mantiveram “praticamente inalteradas”.

Também o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considerou “animadora” a taxa de desemprego de 12,4% em junho, realçando que, pela primeira vez, está abaixo da deixada pelo governo socialista que era de 12,7%. Nuno Magalhães considerou “os números manifestamente animadores por se tratar da maior revisão em baixa de sempre feita pelo INE – de uma estimativa de 13,2% para 12,4%”, o que “vem dar razão ao Governo em só usar números definitivos e não provisórios, como outros fizeram num passado recente”.

“Depois viemos a saber que desde o início de 2013, os empresários, os trabalhadores conseguiram criar cerca de 200.000 empregos, o que quer dizer que havendo confiança há investimento e criação de emprego”, declarou.

A “realidade”
A cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) pelo círculo de Lisboa às legislativas de outubro, Mariana Mortágua, declarou que as estatísticas oficiais do desemprego “não traduzem toda a realidade”, defendendo que os dados reais situam-se nos 25%.

“Os dados do desemprego não nos trazem grande novidade, as estatísticas oficiais continuam a revelar dados do desemprego estruturais muito elevados, mas sabemos hoje que as estatísticas oficiais não nos traduzem toda a realidade do desemprego”, sublinhou a deputada aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa.

Mariana Mortágua defendeu que “há três ou quatro realidades, nomeadamente estágios, formações, pessoas que desistiram de procurar emprego porque não conseguiam, ou a emigração, que fazem com que estas pessoas saiam das estatísticas”. “Juntem todas estas pessoas e vão chegar à conclusão que a taxa de desemprego em Portugal não é 12,4%, é 25%”, vincou.

A deputada deixou o repto a “todos aqueles e aquelas que têm interesse nesta matéria” para irem “ao INE procurar os dados dos desencorajados, procurar os dados dos desempregados a tempo parcial (…) e vão ao instituto de formação profissional e emprego procurar os dados dos estágios e da formação”.

Mariana Mortágua declarou ainda que espera que se comecem a discutir “dados reais e não dados fictícios que são manipulados para poder provar uma estratégia que é falsa”.

Números “destruídos”
O PS considerou que “o número que verdadeiramente conta” sobre o desemprego são os “empregos destruídos”, sustentando que ao fim de quatro anos de Governo PSD/CDS-PP esse número é já de 203 mil.

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da bancada do PS Pedro Nuno Santos argumentou que “a maioria dos desempregados não está refletida” nos números anunciados pelo INE.

Pois, defendeu, aos desempregados contabilizados pelo INE há que acrescentar “todos aqueles que foram obrigados a emigrar”, os desempregados que deixaram de procurar emprego e os desempregados que frequentam programas ocupacionais.

Somando estes desempregados aos números do INE, disse, a taxa de desemprego dispara para lá dos 20%, aproximando-se mesmo dos 25%, ou pelo INE.

Por isso, sublinhou, “o número que verdadeiramente conta é o dos empregos destruídos”. E, durante os quatro anos em que o atual Governo PSD/CDS-PP esteve em funções, 203 mil empregos foram destruídos, acusou.

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