Da Redação
Com Lusa
A escritora portuguesa Hélia Correia, Prêmio Camões 2015, dedicou à Grécia o maior galardão literário de língua portuguesa, durante a cerimônia de entrega, que decorreu nesta terça-feira no Palácio Foz, em Lisboa. “Quero dedicar este prêmio à Grécia, sem a qual não teríamos nada. Viva a Grécia”, disse a escritora, no termo da sua intervenção.
O Prêmio Camões foi atribuído a Hélia Correia, por unanimidade, no passado mês de junho, em reconhecimento da sua “vertente universal, pela forma como explora a natureza humana nos seus vários aspetos, pela atenção que dá ao mundo real”, como sublinhou na altura à agência Lusa a presidente do júri, a investigadora Rita Marnoto.
Para o júri, Hélia Correia, seja no romance, no conto ou na poesia, explora a natureza humana “a partir das suas raízes na antiguidade clássica, projetando-a nos nossos dias, através de cruzamentos que se estendem a várias vias da literatura contemporânea”.
Com a publicação de “A Terceira Miséria”, obra distinguida em 2014 com o prêmio Correntes d’Escritas, Hélia Correia quis homenagear a Grécia, destacando “a voz de um país que está a sofrer uma opressão impensável”, como afirmou, na altura, durante o festival literário da Póvoa de Varzim.
Quando recebeu este prêmio, Hélia Correia recordou os ensinamentos universais da Antiguidade e a sua importância para a atualidade: “Ver tudo o que existia na Grécia clássica, em que tudo era feito pelo homem, para o homem e à medida do homem”.
O Prêmio Camões foi instituído por Portugal e pelo Brasil como forma de reconhecer autores “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo”, de acordo com a organização. E a vencedora deste ano foi elogiada pelo presidente português.
O primeiro distinguido, em 1989, foi o escritor português Miguel Torga. O júri da 27.ª edição do Prêmio Camões contou com Rita Marnoto, professora na Universidade de Coimbra, Pedro Mexia, crítico literário e escritor, Inocência Mata, professora nas universidades de Lisboa e de Macau, e pelos escritores Affonso Romano de Sant’Anna, António Carlos Secchin e Mia Couto.
Depois de uma manifestação de apoio a Grécia que aconteceu antes do referendo em Lisboa, também chamou atenção uma bandeira da Grécia colocada no castelo de São Jorge em Lisboa. No dia do referendo, multiplicam-se as ações de solidariedade com o povo grego. Uma bandeira grega gigantes foi colocada no Castelo de São Jorge, uma ação da responsabilidade do movimento “Eu não me vendo”, que há alguns dias colocou sinais de “vendido” em vários locais da capital portuguesa, inclusive na Assembleia da República.