Da Redação
Com Lusa
O Nobel português da Literatura, José Saramago, vai ser alvo de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2016, segundo a presidente da fundação dedicada ao escritor falecido aos 87 anos, em Tías, Lanzarote, em 18 de junho de 2010.
Pilar del Rio, residente da fundação e viúva de Saramago, falecido esta quinta-feira há cinco anos, falava aos jornalistas durante a apresentação das iniciativas organizadas para assinalar a data, que incluem uma exposição, a estreia de um documentário e leituras da obra do Nobel.
Questionada pela Lusa sobre a exposição que está a ser preparada para São Paulo, Pilar del Rio indicou que o diretor do Museu da Língua Portuguesa, Antonio Carlos de Moraes Sartini, visitou recentemente a Casa dos Bicos, onde está instalada a Fundação Saramago, para falar sobre as preparações em curso.
“Está sendo criada uma equipe para conceber a exposição, cuja data de inauguração ainda não está marcada”, mas poderá ser em novembro do próximo ano, indicou Pilar del Rio, manifestando a vontade de trazer a mostra a Portugal, embora ainda não existam certezas.
Para já, a Fundação Saramago sabe apenas que a exposição sobre o Nobel português vai ser concebida numa orientação com dupla perspectiva, “dos especialistas em literatura e dos novos leitores de Saramago”.
O Museu da Língua Portuguesa, com projeto arquitetônico de Pedro Mendes da Rocha e Paulo Mendes da Rocha, abriu em março de 2006, em São Paulo, e, nos primeiros três anos de funcionamento, recebeu mais de 1.6 milhões de visitantes, segundo dados da entidade.
Os principais objetivos do museu são mostrar a língua como elemento fundador da cultura brasileira, celebrar e valorizar a língua portuguesa, as suas origens, história e influências, aproximar os cidadãos como agentes modificadores, e favorecer o intercâmbio entre os diversos países falantes do idioma comum.
No encontro com os jornalistas, Pilar del Rio indicou que, no final do ano, em novembro, a Porto Editora vai reeditar várias obras de Saramago, como “A Jangada de Pedra” (1986), “Objeto Quase” (1978), “Terra do Pecado” (1947), “Todos os Nomes” (1997), e o “Evangelho Segundo Jesus Cristo” (1991).
Na quinta-feira, a programação da Casa dos Bicos, em Lisboa, abriu com a inauguração da exposição do ilustrador André Letria sobre o livro de Saramago “A Maior Flor do Mundo”, seguida da estreia do documentário “Um humanista por acaso escritor”, do realizador brasileiro Leandro Lopes, e, às 21:00, lidos excertos da obra do Nobel.