Carmem Miranda era portuguesa e veio para o Brasil nos primeiros anos de sua juventude, escolheu a cidade do Rio de Janeiro porque sabia que a cidade era maravilhosa para a música em geral que ela tanto adorava.
Ela era portuguesa de nascimento e tornou-se brasileira pelo amor à música, a sua estatura era de uma mulher pequena, com uma altura em torno de 1m e 55 centímetros, e para sentir-se mais alta usava sapatos altos. Como sempre se apresentava em programas de calouros de rádio, um grande locutor desses programas o “Cesar Ladeira” a batizou de “A Pequena Notável”.
Como naqueles tempos da década de 30 do século 20, empresários americanos costumavam vir ao Brasil para levar “shows” para os Estados Unidos e numa dessas apresentações no famoso “Casino da Urca” um tal de “Lee Schubert” a contratou e a levou para o seu país, e essa contratação foi pelo espetáculo que se realizava no momento, onde cantava a música famosa no Brasil “O que que a baiana tem” de autoria do mestre musical Dorival Caymmi.
Como ela já era famosa no Brasil pela sua diversidade musical e acompanhada pelo grupo também já famoso do “Bando da Lua” foi-se embora para os Estados Unidos para sempre e acompanhada pelo grupo famoso e pela sua forma de vestir-se com vestimenta característica da brasileira, com um “coquete” imenso na cabeça, o seu rebolado característico e a forma magnífica de cantar o samba, tornou-se um ícone da música brasileira no início dos anos 40, onde o rádio era o espelho da cultura musical brasileira.
Pela época famosa de sua carreira, ela no ano de julho de 1940 veio ao Brasil assistir ao casamento de sua irmã Aurora Miranda, também cantora, mas, sem o carisma da irmã Carmem, todavia, ficou imensamente decepcionada pela frieza dos fãs brasileiros, que a julgavam “americanizada” e imediatamente ela cancelou os seus contratos com todos os espetáculos programados, e retirando-se ficou completamente isolada do publico e dos fãs brasileiros.
Todavia, após pensar muito resolveu cantar uma nova música que se tornou um sucesso “Ddisseram que voltei americanizada” e aí foi um estrondo musical e a própria crítica jornalística/musical que a havia destratado a acolheu. Voltou para os Estados Unidos onde foi novamente contratada para fazer filmes maravilhosos para a época, foi cortejada por um americano que viu nessa uma forma de exploração e casaram, no entanto, a sua saudade do Brasil, da família e constantes viagens a tornaram adoentada mentalmente, inclusive por ter feito um aborto natural ficou definitivamente doente e veio a falecer no dia 05 de agosto de 1955 aos 46 anos de idade em sua casa na famosa “Beverly Hills” de Hollywood.
Carmem Miranda tornou-se um mito no Brasil e nunca outro ou outra cantora no país ficou no auge da música brasileira internacionalmente e o seu nome sempre será lembrado pelas gerações posteriores, como a “garota notável” a “pequena notável”.
Ela a “portuguesinha notável” que alavancou a música brasileira para todo o sempre e nós brasileiros de quaisquer descendência a temos em nossos pensamentos quando ouvimos as grandiosas músicas brasileiras dum período eterno da música do Brasil:
“O que que a baiana tem” e “Ta-hi eu fiz tudo pra você gostar de mim”, símbolos da música eterna do Brasil e marcada definitivamente por uma cantora portuguesa que aderiu à música perfeita brasileira, para honra brasileira e gloriosa para o eterno Portugal!
Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.