Portugal mais que duplicou saldo comercial com países lusófonos

Da Redação
Com Lusa

Foto de família dos Chefes de Estato e de Governo Presentes na X Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). PAULO NOVAIS/LUSA
Foto de família dos Chefes de Estado e de Governo Presentes na X Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP. PAULO NOVAIS/LUSA

O saldo das trocas de bens entre Portugal e os países lusófonos subiu 113,4%, de 844,6 milhões para 1802 milhões de euros, muito influenciado por Angola, cujo saldo favorável a Portugal triplicou para 1,5 mil milhões.

De acordo com os dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com base nos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), o saldo da balança comercial de bens entre Portugal e os oito países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) melhorou no ano passado.

Em 2014, este valor subiu de 844,6 milhões, em 2013, para 1802,7 milhões de euros, muito à custa da relação comercial com Angola, cujo saldo favorável a Portugal mais do que triplicou nos últimos dois anos, subindo de 481,6 milhões de euros para 1,5 mil milhões.

A forte melhoria do saldo comercial das trocas de bens entre Portugal e Angola é explicada essencialmente pela descida das importações, nomeadamente petróleo, e é influenciada pela descida do preço do petróleo, a partir do verão, mas também pela paragem durante dois meses da refinaria de Sines e pela estratégia da Galp de diversificar os fornecedores do ‘ouro negro’, conforme tinha sido já explicado à Lusa no final do ano passado pela própria empresa.

Assim se explica que as importações de produtos angolanos por Portugal tenha descido de 2,6 mil milhões de euros, em 2013, para pouco mais que 1,6 mil milhões de euros, no ano passado.

Em 2014, de resto, seguiu-se a tendência do ano anterior: os únicos países do universo lusófono com os quais Portugal tem um saldo de bens negativo foram o Brasil e a Guiné Equatorial, o mais novo membro da CPLP.

No caso do Brasil, o saldo da balança comercial de bens passou de 92,9 milhões de euros, em 2013, para 225 milhões, no ano passado, ao passo que com a Guiné Equatorial, o saldo degradou-se de 124,4 milhões para 156,8 milhões de euros.

Entre os restantes países com língua oficial portuguesa, a tendência manteve-se, registrando uma significativa degradação das relações comerciais com Moçambique, cujas importações de Portugal desceram de 62,7 milhões para 34,9 milhões, o que representa uma quebra de 44,3% nas compras de Portugal àquele país africano.

As exportações portuguesas para Moçambique, por seu lado, caíram ligeiramente, 2,5%, de 326 milhões em 2013 para 318,5 milhões no ano passado.

De acordo com o INE, o crescimento do total das exportações no ano passado abrandou para 1,9% e as importações aumentaram para 3,2% em 2014, o que elevou o déficit da balança comercial para mais de 10,5 bilhões de euros.

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