Da Redação
Com agencias
A presidente brasileira Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster, reuniram-se em 3 de fevereiro, no Palácio do Planalto, em Brasília. Graça deixou o local por volta das 17h20 sem falar sobre a reunião e retornou ao Rio de Janeiro. Perguntado por jornalistas, o ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, disse que “a saída de Graça da Petrobras não foi tratada na reunião”.
A imprensa brasileira vem divulgando a saída de Foster, e a Petrobrás publicou comunicado nesta quarta-feira informando que a presidente da empresa renunciou ao cargo, juntamente com mais cinco diretores. “A Petrobras informa que seu Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da Presidente e de cinco Diretores”.
Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal investigou um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O esquema, intermediado pelo doleiro Alberto Yousseff, envolvia pagamento de propina a políticos e funcionários da Petrobras.
Após a divulgação do balanço da empresa, no último dia 29, a Petrobras perdeu valor de mercado. Na ocasião, Graça Foster disse que a estatal pretendia reduzir investimento e evitar contratar novas dívidas em 2016.
Propina
O empresário Augusto Mendonça Neto, um dos delatores do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato, confirmou, em depoimento na Justiça Federal, que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ex-diretores da empresa. Segundo Mendonça Neto, a propina estava “institucionalizada” durante a gestão dos acusados.
Em depoimento prestado dia 2 de fevereiro perante o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação, o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa da qual é sócio, participava de um “clube” de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras. Segundo o empresário, se os pagamentos não fossem feitos a Costa e Duque, as empresas de construção civil poderiam ser prejudicadas nos contratos.
Segundo o empresário, o doleiro Alberto Youssef, preso na operação, atuava como operador financeiro e havia cobrança “efetiva” para que a propina fosse paga.
Ele prestou depoimento como testemunha de acusação dos desvios nas ações penais abertas para investigar as empreiteiras que foram alvo da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro do ano passado. Antes da operação, o empresário fez acordo de delação premiada no qual também confirmou o pagamento de propina aos ex-diretores da estatal. Ele também é réu.
A defesa de Renato Duque afirma que nunca houve recebimento de propina durante sua gestão. Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada no qual indicou como funcionavam os pagamentos ilegais na estatal.