Da Redação
“Os números de 2014, apesar de todos os constrangimentos externos, demonstram que estamos, grosso modo, 2% acima do melhor ano de sempre [2013], o que significa que, se a tendência se mantiver, 2014 baterá um novo recorde nas exportações, o que é muito bom sinal para a economia portuguesa”, declarou o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas numa conferência sobre PME organizada pela Caixa Geral de Depósitos, no Porto.
Referindo que Portugal ainda não atingiu o limite de crescimento das exportações, o Vice-Primeiro-Ministro afirmou que se o País fizer o “caminho certo”, é possível chegar, como os planos públicos preveem, a 50% do PIB em exportações por volta de 2020. Atualmente, a porcentagem das exportações no Produto Interno Bruto está ligeiramente acima dos 40%.
“O setor exportador foi, durante os anos de chumbo da recessão, a única luz ao fundo do túnel e é neste momento, mais uma vez, um dos pilares essenciais do nosso crescimento”, dise Portas acrescentando que “o abrandamento relativo das exportações de bens”, nos últimos meses, foi compensado pela resiliência e pelo dinamismo das exportações de serviços, nomeadamente do turismo.
Referindo os últimos inquéritos aos consumidores e às empresas, que apontam para os melhores níveis de confiança desde 2002 e desde 2008, respectivamente, Paulo Portas afirmou que se deve aproveitar este “momento de confiança” para potenciar o crescimento, apontando como fatores chave para continuar o crescimento do setor exportador, a diversificação de mercados, a diplomacia econômica e a cooperação entre grandes e pequenas e médias empresas no processo de internacionalização.
“A etapa da nossa credibilidade e da nossa capacidade de financiamento foi, porventura, a primeira etapa que tínhamos que vencer”, referiu ainda o Vice-Primeiro-Ministro. “Todas as empresas e empresários sabem o custo enorme que pagam e ainda estão a pagar pelo problema financeiro do Estado e, ainda hoje, o acesso das empresas ao dinheiro é condicionado não pela sua performance, mas pelos ratings do Estado”.
Paulo Portas referiu também às reformas feitas para “dar mais flexibilidade à economia portuguesa”, destacando a reforma por consenso do IRC, de forma a que no final do programa de redução anual deste imposto, o sistema fiscal português para as empresas estará “entre os mais competitivos da União Europeia”.