Mundo Lusíada
Com agencias
O Turismo de Portugal considera o Porto um “caso de sucesso” na afirmação turística. O presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, afirmou que o Porto é um dos “mais notáveis” casos de sucesso no país neste setor.
“O Porto conseguiu impor-se como destino turístico num país onde já existem três regiões turísticas com algum desenvolvimento [Algarve, Lisboa e Madeira], oferecendo um atrativo completamente diferente do que já existe”, disse na conferência “Turismo 2020: Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal”, realizada na em 29 de outubro Alfândega do Porto.
O número de visitantes, nomeadamente estrangeiros, cresce a “níveis impressionantes” nesta cidade do Norte do país, frisou o responsável pela instituição da autoridade turística nacional.
Na opinião de João Cotrim de Figueiredo, as regiões que têm ambições de se tornarem “atrativas turisticamente” e “encontrar a sua identidade” devem “inspirar-se” no Porto. O Porto é, atualmente, “um destino turístico” porque tem um caráter autêntico e não pretende ser mais do que aquilo que é, gerando nos turistas uma “sensação de genuinidade e de reencontro com o tempo de consumo menos ostentativo”, realçou o responsável pelo Turismo de Portugal.
João Cotrim de Figueiredo ressalvou que, nos últimos três anos, cerca de um terço dos apoios para o setor foram canalizados para a região Norte. As verbas destinadas à hotelaria e animação turística situaram-se entre os 42 e 46%, demonstrando que se houve discriminação foi positiva.
O vice-presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte, Nuno Botelho, lembrou que o “Porto está na moda e é um destino `sexy´”. Atualmente, é o segundo destino regional com maior taxa de crescimento, realçou.
No primeiro semestre deste ano foram registradas 1.183.800 dormidas de estrangeiros, o que representa um aumento de 15,8% face ao mesmo período do ano passado (1.022.000).
Segundo dados do Turismo de Portugal, os principais turistas do Norte vêm de Espanha, França, Brasil, Alemanha e Reino Unido. A taxa de dormida de visitantes residentes representa 49%, enquanto a de não residentes situa-se nos 51%.
União
O presidente do Turismo de Portugal também defendeu que os operadores do setor têm de trabalhar “em conjunto” para ter sucesso duradouro e aproveitar “da melhor forma” os próximos fundos comunitários.
“Falta uma estratégia visivelmente coletiva, já tivemos uns laivos de trabalho em conjunto, mas falta evidenciar que somos capazes de unidos, dentro das diferenças e especificidades regionais, termos um plano referencial de estratégia coletiva”.
O responsável do Turismo de Portugal frisou que “não haverá sucesso duradouro se as instituições não forem capazes de caminhar juntas”. A cooperação entre os operadores do setor é “importante” dado a sua importância social e econômica, as vantagens de integração territorial, o imperativo de ser mais seletivo e estratégico e a necessidade de haver articulação entre as iniciativas.
Segundo João Cotrim Figueiredo, os próximos fundos comunitários devem privilegiar a qualificação da “oferta turística tradicional” e não criar novos recursos.
Em termos de “oferta turística menos tradicional”, devem-se promover iniciativas que juntem alojamento, animação e transporte para criar “novas experiências”, frisou. Outra das prioridades é criar uma maior coordenação entre iniciativas nacionais e regionais, promovendo o país como “um todo”, tal como investir na promoção externa.
O turismo é uma atividade multifacetada e transversal, sendo fácil haver “pulverização” de iniciativas descoordenadas, dai a importância de “embarcar num barco comum”.