Mundo Lusíada
O cargueiro militar KC-390 da Força Aérea Brasileira foi apresentado na manhã deste 21 de outubro, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
Representantes de mais 32 países tiveram a oportunidade de ver de perto o maior avião já desenvolvido e fabricado no Brasil. Estiveram presentes ao evento o Ministro da Defesa, Celso Amorim; o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, do ministro da Defesa de Portugal, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, além do ministro da Defesa argentino e do comandante da Força Aérea da República Tcheca.
No altura do lançamento do projeto, o ministro português José Pedro Aguiar-Branco referiu a importância desta parceria envolvendo Portugal. “Sendo Portugal uma parte importante da engenharia neste projeto, esta parceira permite colocar a engenharia e as nossas empresas de ponta num mercado que é hoje de alta tecnologia e de exceção”, sublinhou o Ministro. Na unidade da Embraer instalada na cidade alentejana de Évora são produzidos alguns componentes da estrutura da aeronave militar, além de vários componentes fabricados na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca.
A grande diferença do KC-390 em relação a outros projetos já desenvolvidos pela indústria brasileira é que dessa vez o avião já nasce com expectativas claras de exportação. Argentina, Portugal e República Tcheca participam do projeto e outros países já manifestaram interesse na aquisição.
“Além das missões de transporte de tropa e reabastecimento em voo, será um avião que também vai estar presente em ações de defesa civil “, ressaltou o Ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim. “É um produto que vai marcar para sempre a capacidade da indústria brasileira. Eu só posso parabenizar aqueles que trabalharam em prol desse projeto como a COPAC, o Alto-Comando da FAB e os engenheiros da Embraer”, disse o Comandante da Aeronáutica.
O Brasil investiu R$ 12,1 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões para o desenvolvimento da aeronave e R$ 7,2 bilhões para a aquisição de 28 unidades para a Força Aérea Brasileira (FAB).
De acordo com a Embraer, o voo inaugural do KC-390 acontece ainda este ano e, após uma série de testes, a FAB irá receber a primeira unidade em 2016. A frota da FAB irá cumprir missões como operar em pequenas pistas na Amazônia, transportar ajuda humanitária, lançar paraquedistas, realizar buscas, reabastecer outras aeronaves em voo, pousar na Antártica e lançar carga em pleno voo, dentre outras.
“A aeronave vai fazer tudo o que o C-130 faz. melhor e mais rápido”, diz o Coronel Sérgio Carneiro, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), gerente do projeto na COPAC. Enquanto o antecessor, em sua versão mais moderna, não passa dos 671 km/h, o avião brasileiro irá voar a 850 km/h.
Outras vantagens são o menor custo de manutenção e sua autonomia. Um KC-390 poderá decolar de Brasília e chegar sem escalas a qualquer capital brasileira com 23 toneladas de carga, sua capacidade máxima. Nas asas, o avião poderá levar até 23,2 toneladas de combustível. Além de alimentar as próprias turbinas, também será possível fazer o reabastecimento em voo (REVO) de outros aviões ou helicópteros. É por isso que a aeronave é chamada de KC: C de Carga e o K de tanker, ou reabastecedor, em inglês. O KC-390 também terá a capacidade de ser reabastecido em voo por outras aeronaves.
Além da presença no lançamento da Embraer, o ministro português participa em São Paulo de uma recepção da comunidade portuguesa, que acontece nesta terça às 18h na Casa de Portugal de São Paulo.