Da Redação
O Presidente português entregou em 06 de junho, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, o Prêmio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa 2014 para Jorge da Costa (África do Sul) e Ricardo Ribeiro (EUA).
A iniciativa da COTEC Portugal pretende celebrar os portugueses que, pela sua capacidade empreendedora e inovadora, se notabilizam fora de Portugal nas suas atividades. Já na 7ª edição, o Prêmio obteve este ano um número recorde de candidaturas, com 176 empreendedores a submeterem os seus projetos.
“Agradeço a vossa presença, vinda de todos os cantos do Mundo. Interpreto-a com um sinal claro do profundo afeto que mantêm com Portugal. O meu reconhecimento a todos vós, e, em particular, àqueles que atravessaram outros continentes para estarem hoje connosco” declarou Cavaco na sua intervenção.
O Presidente Cavaco Silva defendeu a necessidade de se assumir uma “visão serena e realista” da emigração, recusando a ideia que represente sempre “uma perda irreversível para o país”.
“Devemos assumir uma visão serena e realista desta nova realidade do mundo global, recusando a ideia que a emigração representa necessariamente uma perda irreversível para o país”, afirmou o chefe de Estado, na sessão de encerramento do encontro “FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa 2014”, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.
O que é necessário fazer, enfatizou, é “criar condições de atratividade para todos, para os que desejam ficar e para os que, estando no estrangeiro, aspiram a regressar e a viver em Portugal”.
“Tal como sucede com o destino dos nossos compatriotas que triunfam no exterior, o nosso destino está nas nossas mãos. Se a incerteza e o risco são características inescapáveis do mundo global, as oportunidades existem em toda a parte. Cabe-nos a nós saber aproveitá-las” afirmou.
Juri
“Anualmente, através deste Prêmio, tem-nos sido dada oportunidade de conhecer e de reconhecer o trabalho que os portugueses têm desenvolvido com grande mérito na Diáspora. Nos próximos anos, o nosso desafio é o de chegarmos aos portugueses que desenvolveram projetos, provavelmente tão fantásticos como estes, em países que ainda desconhecem o nosso propósito e continuarmos a divulgar e a exaltar os bons exemplos de quem triunfa na emigração. Este ano distinguimos dois portugueses de áreas completamente distintas, arquitetura e construção civil, e música e espetáculo, mas cada um, na sua atividade e no seu país de acolhimento, personifica o êxito e a vontade de triunfar”, afirmou Joaquim Sérvulo Rodrigues, Presidente do Júri.
Os candidatos da 7ª edição são oriundos de 37 países, sendo que os países com maior participação continuam a ser França (21%), EUA (16%), Brasil (10%), Canadá e Espanha (cada um com 5% das candidaturas). Este ano assistiu-se ao aumento da predominância do setor empresarial/financeiro, com 39% das candidaturas, e da área das indústrias criativas (18%). Salientam-se os diferentes perfis empresariais e a sua diversidade, oriundos de vários domínios de atividade econômica como os setores alimentar, transportes, tecnologias da informação e comunicação, e imobiliário.
Ganhadores
Natural de Viana do Castelo, Jorge da Costa vive em África do Sul desde os 13 anos. É Presidente do Grupo Improvon e diretor de dois fundos imobiliários cotados na bolsa de valores de Joanesburgo. Lançado em 1994, o Grupo Improvon é líder de investimento imobiliário e construção comercial e industrial, especializado na criação de soluções sustentáveis e inovadoras de propriedade à medida, adequadas para as necessidades específicas de empresas que procuram espaços industriais, comerciais ou de armazenagem. Com preocupações de sustentabilidade ambiental, utilizando materiais e processos que, entre outros, permitem poupar e reutilizar água, e aproveitar a energia solar, o Grupo Improvon foi distinguido com os prêmios Best Industrial Building e Best Green Building. Ao longo dos 17 anos de atividade, o Grupo construiu mais de 120 complexos industriais e comerciais em África do Sul, 80 dos quais tem mantido sob sua gestão. Com 85 colaboradores, tem um volume de negócios de 350 milhões de euros.
Nascido em Aveiro, Ricardo Ribeiro decidiu partir para Londres aos 20 anos à procura de trabalho. Passada uma semana já estava a trabalhar numa das mais míticas casas da capital inglesa, “Astoria”, onde, em 9 meses, se tornou assistente de Stage manager. Desde aí, Ricardo tem trabalhado como Tour Manager ou Production Manager para bandas e artistas como Thirty Seconds to Mars – sendo atualmente o Produtor Executivo da sua Tournê Mundial que, com ele, em 2010, entrou nos recordes do Guiness –, Kanye West, Mick Jagger, Stevie Wonder, Raphael Saadiq, The Streets, Cansey de Ser Sexy, Joss Stone, Phoenix, Jennifer Hudson, Earth Wind & Fire, We Are The Scientists, entre outros. O seu primeiro grande concerto foi o dos Rolling Stones, em 2004, tinha então 22 anos, seguindo-se o de Madonna. Ricardo Ribeiro considera um dos momentos altos da sua carreira a produção da primeira atuação de Mick Jagger nos Grammy Awards em 2011.