Industriais portugueses reclamam controle de fosfato no bacalhau

Da Redação
Com Lusa

FestivalBacalhauIlhavoA Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB) alertou em 13 de agosto para a necessidade do Governo implementar mecanismos para controlar a qualidade do bacalhau a partir de janeiro de 2014, quando poderão começar a ser usados fosfatos no peixe.

“É preciso que se criem rapidamente as condições para uma eficaz fiscalização e um quadro sancionatório para desincentivar as práticas à margem da regulamentação”, disse à agência Lusa Paulo Mónica, secretário-geral da AIB.

O representante dos industriais do bacalhau falava a propósito do Festival do Bacalhau que ocorreu em Ílhavo, e onde esteve previsto o consumo de cerca de 12 toneladas do peixe e seus derivados, fornecidas pela associação.

O secretário-geral da AIB lembra que faltam menos de cinco meses para a entrada em vigor do regulamento aprovado pela União Europeia, que vai permitir o uso de fosfatos na salga do bacalhau.

Até lá, Paulo Mónica defende que o Governo português deve definir e implementar “um sistema de análises que possa detectar em tempo útil que tanto o aprovisionamento da indústria portuguesa como o produto disponível para os consumidores cumpre as regras”. “Se o bacalhau tiver fosfatos, isso terá de constar obrigatoriamente no rótulo do produto”, explicou o mesmo responsável.

Quanto ao Festival do Bacalhau, Paulo Mónica garantiu que todo o produto fornecido pela associação foi transformado em Portugal, de acordo com a secular tradição nacional. “Um evento destes tem que ser uma mostra do melhor que há em Portugal”, afirmou.

Organizado pela Câmara de Ílhavo, em conjunto com a Confraria Gastronómica do Bacalhau, o Festival do Bacalhau está integrado nas festas do município “Mar Agosto”.

Durante os cinco dias do evento, no Jardim Oudinot, foram esperadas cerca de 200 mil pessoas, igualando ou aumentando a afluência de público registada no ano passado.

Tal como na última edição, o evento conta com a presença de dez tasquinhas de associações locais confeccionando dezenas de pratos de bacalhau nas suas mais variadas formas, desde o tradicional bacalhau cozido com batatas até ao bacalhau à confraria – uma receita da autoria do chefe Silva.

“O bacalhau à posta é o essencial, mas tentamos sempre que as pessoas tenham acesso àquilo a que não estão habituadas que são os derivados”, disse João Madalena, grão-mestre da Confraria Gastronómica do Bacalhau.

Segundo o confrade, a tabela de preços mantém-se igual ao ano passado, com o prato mais caro a custar nove euros. Além da mostra gastronômica, o programa inclui concertos, provas de vinho, artesanato e “show-cooking” com vários chefes de cozinha portugueses. Todas as noites atuam artistas portugueses como Ana Moura (dia 14), Tony Carreira (dia 15), José Cid (dia 16), Clã (dia 17) e Miguel Araújo (dia 18).

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