Djalma, eternamente a estrela do Canindé

Por Everton Calício
Do Museu da Portuguesa

Charge de Djalma Santos por Miecio Caffé na década de 1950 para as figurinhas balas futebol. Acervo Everton Calício.
Charge de Djalma Santos por Miecio Caffé na década de 1950 para as figurinhas balas futebol. Acervo Everton Calício.

Conheci Djalma Santos em minhas funções como colaborador do Museu Histórico da Portuguesa, quando tinha onze anos de idade e sabia de cor a melhor equipe da Portuguesa de todos os tempos; Muca, Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Renato, Nininho, Pinga e Simão. E o homem simples de Uberaba fazia questão de dizer a todos que o seu time do coração era a Associação Portuguesa de Desportos.

Nada contra os outros clubes que o grande craque passou, mas sua predileção pela equipe do Canindé era simples mas sempre prevalecente. Fazia questão de dizer que seu sonho de ser jogador de futebol foi realizado graças a Lusa e aos portugueses que tanto lhe ajudaram, já que jogava anteriormente em um time de várzea da Parada Inglesa e antes de fazer testes na Lusa era sapateiro e foi reprovado na peneira do Corinthians.

Descoberto nas mãos do lendário técnico da Portuguesa, o uruguaio Conrado Ross, Djalma começou a atuar na Portuguesa em 1948, e era conhecido como Santos, já que existia no time rubro-verde um Djalma. Aos poucos, com sua humildade e perseverança foi alcançando altos níveis técnicos destacando-se ao lado de Julinho Botelho no maior time de todos os tempos que a Lusa teve na década de 1950.

Atuando no início como centromédio, quando houve a contratação do grande Brandãozinho em agosto de 1949, descobriu à direita, onde firmou-se como grande lateral. Foi um dos precursores do arremesso lateral longo, em direção a área, no qual mais parecia um cruzamento. No mesmo tempo que vestia as cores da Lusa, integrou a seleção canarinho  na Copa do Mundo na Suécia em 1958 e foi considerado pela crítica o melhor lateral-direito do torneio no time campeão do mundo.

Ganhou também o bicampeonato Mundial em 1962 no Chile com o Brasil, além de ter ido ainda às Copas de 1954 e 1966 e disputar mais de 100 partidas com a camisa verde amarela, mas com certeza com a Portuguesa que Djalma ao longo de seus 434 jogos foi feliz e fez com que uma torcida ficasse extasiada com o atleta e com o homem que era.

Seu último jogo, com a camisa lusitana, nos amistosos em comemoração à inauguração do Estádio do Canindé, contra a Seleção do Zaire no ano de 1972 é lembrado até hoje na memória dos lusos, quando aos 30`do primeiro tempo, o grande Djalma foi substituído e saiu ovacionado pela torcida e sendo cumprimentado pelos jogadores das duas equipes.

Grande exemplo, que marcou a história da Lusa, em antes de Djalma, e depois de Djalma.

DJALMA SANTOS
LATERAL-DIREITO
(1948/1959 E 1972) 434J (229V, 76E, 129D), 33G

 

Por Everton Calício
Estudante de jornalismo, pesquisador e memorialista Diretor do Museu Histórico da Associação Portuguesa de Desportos

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