Infraestrutura de telecomunicações reduzirá os custos da troca de dados entre os continentes.
Da Redação
O estabelecimento de um cabo submarino de telecomunicações direto entre a América Latina e a Europa está na ordem do dia dos líderes dos países das duas regiões. É o que ficou evidente na 1ª Cúpula dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia (CELAC-UE), realizada no final de janeiro, no Chile.
A proposta apresentada ao bloco pelo Brasil é resultado de um estudo de viabilidade desenvolvido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – instituição que opera a infraestrutura de rede avançada para pesquisa acadêmica do Brasil (rede Ipê) – e suas congêneres da América Latina e Europa. O objetivo da iniciativa é ampliar a capacidade de troca de tráfego entre as regiões permitindo o avanço da pesquisa colaborativa internacional.
De acordo com o assessor da Diretoria de Gestão da RNP, Nicolau Meisel, que participou do evento, a maioria dos líderes concordou com a importância de um novo cabo em substituição ao único atualmente existente, cuja capacidade é demasiado limitada para as demandas atuais. A nova infraestrutura aumentará a capacidade de comunicação e reduzirá custos, tanto para a comunidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e educação, quanto para usos comerciais.
“A tecnologia moderna permite custos mais baixos e capacidade maior”, afirma Meisel, acrescentando que os novos projetos de conexões entre Brasil e Europa, via África e via Estados Unidos, tendem a ter custos mais elevados. O anteprojeto, batizado de projeto ELLA, mostra também que as conexões atualmente disponíveis, via Estados Unidos, chegam a custar 20 vezes mais do que aquelas entre os Estados Unidos e a Europa.
A proposta apresentada pelo Brasil à I CELAC foi aceita e integra as resoluções do encontro da cúpula I CELAC-EU, ainda que sem detalhamento técnico e prazo de entrar em operação. Caberá à nova administração da CELAC-EU, que assumiu no final de janeiro de 2013, apresentar, em meados deste mês, um plano de trabalho para todas as iniciativas propostas na reunião, inclusive o cabo intercontinental.
RNP
Qualificada como uma Organização Social (OS), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pelo Programa Interministerial RNP, que conta com a participação dos ministérios da Educação (MEC), da Saúde (MS) e da Cultura (MinC). Pioneira no acesso à Internet no Brasil, a RNP planeja e mantém a rede Ipê, a rede óptica nacional acadêmica de alto desempenho. Com Pontos de Presença em 27 unidades da federação, a rede tem mais de 800 instituições conectadas. São aproximadamente 3,5 milhões de usuários usufruindo de uma infraestrutura de redes avançadas para comunicação, computação e experimentação.