Relatório da Unctad mostrou que fluxo de aplicações do exterior caiu 18% no mundo, no ano passado; EUA e China lideram o ranking.
Por Edgard Júnior
Rádio ONU em Nova York
O relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, mostrou que o Brasil foi o país que recebeu mais investimento estrangeiro na América Latina em 2012.
Segundo a agência da ONU, o fluxo global das aplicações vindas do exterior no mundo, caiu 18% no ano passado, para um total de US$ 1,3 trilhão, aproximadamente R$ 2,6 trilhões.
Contramão
O relatório revelou que a América Latina e o Caribe estão na contramão da tendência mundial. A região registrou um aumento de 7,2% nos investimentos estrangeiros enquanto o resto do mundo teve uma queda.
O Brasil ficou com uma fatia de 28% de todo o dinheiro que chegou à região. O México perdeu terreno, quase 15%, em relação a 2011. Os Estados Unidos e a China lideram o ranking dos que mais recebem as aplicações.
Incertezas
O relatório afirma que a queda global ocorreu por causa da fragilidade macroeconômica e de incertezas nas políticas financeiras para os investidores.
A Unctad acredita que o fluxo de investimento pode aumentar, moderadamente, no período 2013-2014, mas alerta para existência de alguns riscos.
Desempenho
O relatório mostrou o bom desempenho dos países em desenvolvimento comparado com as economias desenvolvidas. Os mais pobres receberam US$ 680 bilhões, o segundo maior nível já registrado até agora. Os países desenvolvidos ficaram bem atrás. Os investimentos estrangeiros chegaram a US$ 550 bilhões.
Lusófonos
Nas nações lusófonas, de língua portuguesa, o documento cita Portugal e Angola. Por causa da crise na Europa, Portugal continuou sendo um dos países, junto com a Grécia, a Itália e a Espanha, a receber a maior parte dos investimentos estrangeiros, principalmente dos chineses, que compraram a EDP, do setor de energia.
Angola é, segundo o relatório, um dos mais importantes destinos de aplicações estrangeiras na África. O país registrou uma retração menor de investimentos em 2012, em comparação aos dois últimos anos.