Capas Negras: O doce conjunto do Fado de Coimbra

Ver “COIMBRA e MORRER”, como os italianos dizem ver “NAPOLI e MORRER”, são ditados que realmente mexem com o coração dos portugueses, dos brasileiros e enfim de qualquer turista que vai a essa cidade centenária, berço doce da sua Universidade e do seu “Fado de Coimbra”.

Em Portugal, como todos sabem, existe o fado lisboeta e o fado de Coimbra, o primeiro representa o cantar dos mouros, evidentemente acrescido da forma lisboeta de cantar, nos vãos das vielas da Lisboa antiga, da época moura, a qual encerrou-se no ano 711 de nossa era e  eles saudosos de suas terras africanas, cantavam cantigas saudosas e que os lisboetas começaram a adotar e a misturar as cantigas. E hoje nós temos o “fado Lisboeta” doce, melindroso, saudoso, aquele cantar que nós adoramos pelas circunstâncias amorosas, saudosas, que os reis e rainhas do fado nos deram em muitos anos.

Em quase todo lugar de Portugal sempre surgem conjuntos musicais, conjuntos de folclore, conjuntos de fadistas e logicamente também pelas circunstâncias em Coimbra também, não só conjuntos fadistas, mas, cantores, cantoras que trazem a melodia cantada nas esquinas, nas tabernas, ao redor do Rio Mondego, nas salas, salões da sua Universidade e no dia-a-dia de cada habitante de Coimbra.

Ali após vários séculos, uma vez que a Universidade de Coimbra vem do século XII (12), e séculos e séculos, anos e anos, os estudantes nas suas noites do Fado, deslizavam as suas cantigas, sendo que, no ano de 1989, alguns fadistas resolveram criar um conjunto do cantar de fados de Coimbra e então surgiu o “CAPAS NEGRAS”, em alusão a que os estudantes coimbrenses usavam uma capa negra nos momentos de suas aulas ou recreios, ou cantares do fado e na sua formação integraram-se vários grupos, como a Associação Acadêmica de Coimbra, Grupo de Fados Trovas e Vielas de Coimbra, Tieneto de Coimbra e no ano de 199O, eles criaram a “Balada do 5º ano  de Engenharia” pelos integrantes Nuno Figueiredo e Antonio José Moreno e já no ano de 1993, o grupo entrega a pública a famosa balada do 4º ano de Física, de autoria de Jorge Cravo e Antonio José Moreira, mas, evidentemente em todo lugar onde existem grupos de canto, com o tempo sofrem as suas alterações, saindo músicos, cantores e adicionando outros, isso é perfeitamente normal em quaisquer situações, e o mesmo aconteceu com o grupo famoso CAPAS NEGRAS, que se mantém até os nossos dias, sempre atuando em prol do fado de Coimbra.

No cantar brejeiro popular das canções de Coimbra, logicamente vieram de vários lugares de Portugal, uma vez que, os estudantes vinham de inúmeras regiões do país e traziam as suas formas do cantar do fado e canções, e embora o fado de Coimbra tenha emanado do Fado de Lisboa, houve realmente uma diferença musical e no cantar, evidentemente normal nas circunstâncias acontecidas, por causa dessa forma advinda de muitos lugares de Portugal.

Disso tudo podemos notar que o fado de Coimbra, na sua tonalidade musical encontrou um caminho a “Canção de raiz Coimbrã de tendência popular e naturalmente acadêmica”, mesmo porque os estudantes eram, devido aos estudos, mais com uma tendência cultural e como na maioria dos casos os fados e canções de Coimbra são na maioria das vezes interpretados nas ruas, naturalmente o fado de Coimbra é uma canção de rua, difere um pouco do Fado de Lisboa, que este é  mais cantado e interpretado em locais noturnos ou seja em Casas de Fados.

Assim sendo, nós todos temos orgulho grandioso desse magistral conjunto os “CAPAS NEGRAS”, dos estudantes da famosa Universidade de Coimbra, que com o seu cantar e músicas, honram o nome eterno do nosso querido PORTUGAL.

 

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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