Da Redação
Com Lusa
A empresa Insular Moinhos vai lançar este semestre no mercado regional a primeira farinha de batata-doce destinada à indústria da panificação, no âmbito de um projeto com a Universidade da Madeira e o Madeira Tecnopolo apresentado em 11 de janeiro.
O diretor-geral da Insular Moinhos, sediada na Zona Franca do Caniçal, Machico, explicou que o projeto, denominado “Batatinpan”, resulta de um investimento de 300 mil euros cofinanciado por fundos comunitários.
“É importante para a competitividade da empresa a diferenciação dos produtos”, disse aos jornalistas Carlos Batista, esperançado de que a farinha de batata-doce possa chegar a outros mercados que não apenas a Madeira.
O responsável referiu que “o pão de batata-doce é um produto com grandes tradições na região”, salientando que, ao ser criada esta farinha composta, a empresa vai “tornar mais fácil a produção do pão de batata-doce”.
Segundo o diretor-geral, o novo produto vai contribuir para o escoamento da produção de batata-doce na Madeira, na ordem das 9.400 toneladas por ano, cerca de metade de todo o país.
“Para os industriais da panificação é também uma vantagem no sentido de que existe uma estabilização do ‘stock’ da farinha, que passa a estar disponível ao longo do ano, assim como do preço”, adiantou Carlos Batista.
Já o coordenador do laboratório ISOPLEXIS/GERMOBANCO da Universidade da Madeira, Miguel Ângelo Carvalho, informou que “há muito tempo” a instituição estuda os “recursos genéticos da região ao nível da produção agrícola”, tendo “como principal objetivo ajudar os agricultores” para melhorar os seus rendimentos e arranjar “saídas para a indústria, nomeadamente do setor agroalimentar”.
Segundo o docente, a contribuição da universidade neste projeto passa por indicar quais as variedades de batata-doce que têm aptidão para serem transformadas e convertidas em farinhas compostas.
“Por outro lado, estamos também a ajudar a otimizar todo o processo de transformação industrial, que envolve fazer uma análise nutricional e tecnológica das variedades, assim como o controlo nutricional”, exemplificou.
Miguel Ângelo Carvalho salientou que se pretende igualmente no final deste projeto ter um “produto de elevada qualidade que possa ser utilizado em diferentes segmentos do mercado” além da panificação e ajudar à proteção deste recurso genético.
“Dentro das variedades que existem de batata-doce, existem algumas que pela sua composição podem ter benefícios ao nível da saúde”, observou.
Prevê-se, numa primeira fase, a colocação no mercado de 500 a 600 quilos de farinha de batata-doce.
A Insular Moinhos foi criada em 1928 e tem 92 funcionários. Dedica-se à indústria de moagem da farinha para panificação, massas alimentícias e bolacha.