Declaração foi dada à Rádio ONU pelo embaixador do país junto à organização; Portugal despede-se do órgão neste 31 de Dezembro; já para o primeiro-ministro do Timor-Leste, país africano deve buscar o diálogo e a paz.
Por Mônica Villela Grayley
Da Rádio ONU em Nova Iork
A restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau deve continuar a fazer parte dos debates no Conselho de Segurança sobre o país africano. A afirmação é do representante de Portugal nas Nações Unidas, José Filipe Moraes Cabral.
O diplomata falou à Rádio ONU, um mês antes de seu país se despedir do órgão no próximo 31 de Dezembro
“Custa-me acreditar que, pelo fato conjuntural da não-presença de Portugal no Conselho de Segurança, um instrumento significativo do Direito Internacional e da vontade política do órgão possa ser, de um dia para o outro, ignorado. O Conselho de Segurança em coerência e consistência com as suas próprias decisões poderá continuar a seguir esta situação com toda a atenção.”
Após o golpe militar de 12 de Abril, que destituiu o primeiro-ministro e o presidente do país, a Guiné-Bissau passou a ser comandada por um governo de transição.
Em Setembro, representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Cplp), e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, realizaram um encontro paralelo à Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, para debater o tema.
Numa entrevista separada à Rádio ONU,o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, disse que a Guiné-Bissau precisava buscar o caminho da paz e do diálogo.
“Para chegarmos ao ponto de mudarmos a situação é preciso que todos os líderes políticos, toda a população, a sociedade civil tomarem conhecimento daquilo que se costuma dizer em inglês: enough is enough, chega. E fazer uma instrospecção para ver as causar reais do problema. Colocar-se ali todos os esforços, de todos os cidadãos, do Estado, da sociedade civil a pensar só num objectivo, o de criar a paz e a estabilidade.”
Xanana Gusmão concedeu a entrevista de Port-au-Prince, capital do Haiti, onde participou no início desta semana de um encontro do G7+, o grupo composto por países menos desenvolvidos no mundo.