Refugiados foram beneficiados por decisão do Ministério da Justiça, na semana passada, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur.
Por Mônica Villela Grayley
Da Rádio ONU em Nova York
O Ministério da Justiça do Brasil concedeu a refugiados africanos o direito de permanecer, por tempo indeterminado, no país.
A decisão, anunciada na semana passada, irá beneficiar 2 mil agolanos e liberianos que receberam asilo no Brasil. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, a medida foi tomada com base num pedido feito pela agência.
Segundo o Acnur, com o status de residência permanente os angolanos e liberianos deixarão de ser refugiados no Brasil, uma vez que Angola e Libéria já conseguiram alcançar a paz em seus territórios.
Os dois grupos somam 40% da população de refugiados vivendo no Brasil. Para o representante do Acnur em Brasília, Andrés Ramirez, com a residência, os ex-refugiados africanos poderão ser integrados definitivamente no país.
Já o Ministério da Justiça baseou sua decisão no fato de que a maioria dos refugiados já estaria integrada na sociedade brasileira participando inclusive da vida sócio-econômica da nação.
São Paulo, Ceará, Rio
Com a residência permanente, os angolanos e liberianos poderão ser contratados por empresas brasileiras e terem também sua capacitação reconhecida, além de poderem abrir um negócio com capital próprio. Todos terão de mudar seus status junto à Polícia Federal.
Ao todo, o Brasil tem mais de 4,6 mil refugiados registrados. A maioria é africana, seguida de sul-americanos, especialmente colombianos. Dados oficiais mostram que os refugiados que entram no Brasil preferem o estado de São Paulo, seguido do Ceará e do Rio de Janeiro.