Baianas do acarajé ganham título de Patrimônio Imaterial do Estado

Da Redação

 

O ator Luiz Fernando visitou o Stand da Bahia – ABAV RJ. Foto Rita Barreto/Setur

 

Um dos maiores símbolos culturais da Bahia, as baianas do acarajé foram reconhecidas, em 26 de novembro, como Patrimônio Imaterial da Bahia, pelo governador Jaques Wagner. O ofício das baianas também entrou para o livro de Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer, consolidando uma tradição no Estado. A cerimônia, na Governadoria, teve a presença dos secretários estaduais de Turismo, Domingos Leonelli, de Cultura, Albino Rubim, e de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio. Também estiveram presentes o superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorim, e a presidente da Associação das Baianas do Acarajé e Mingau do Estado da Bahia (Abam), Rita Santos, além de outras autoridades.

“As baianas são vistas como sacerdotisas, conselheiras. Elas levam consigo a magia da religião. Não tem visitante que não queira comer um acarajé. Somos a fundação do Brasil em todos os aspectos, na hospitalidade, na miscigenação e na raça do povo. Inaugurar um espaço como este, para o reconhecimento dos fazeres da baiana como Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia, é uma honra”, comentou governador Wagner.

Para o secretário Domingos Leonelli, além da significância para a cultura do Estado, as baianas do acarajé também têm papel preponderante na promoção do turismo na Bahia. “As baianas são figuras emblemáticas. As vemos desde crianças e elas tornam-se mestras do saber na Bahia, principalmente do saber da preparação do acarajé, do abará e das comidas santas. Elas são a representação do que faz o povo baiano diferente. Elas fazem parte da nossa estratégia de divulgação da Bahia nas feiras e salões de turismo em todo o mundo. Elas encantam e chamam a atenção para a cultura da Bahia”.

Titular da Secretaria de Cultura do Estado, Albino Rubim considerou o título de Patrimônio Imaterial como um avanço nas políticas públicas, ideia compartilhada pelo superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorim. O representante do Iphan também chamou a atenção para a presença das baianas do acarajé em todo o Brasil.

De acordo com Rita Santos, da Abam, a estimativa é de que cerca de cinco mil baianas montem seus tabuleiros nas ruas da Bahia para vender os quitutes que ganharam fama em todo o mundo. Entre elas, o número de associadas da Abam é de três mil. No entanto, a Associação já tem um projeto de mapear outros estados. “Sabemos que há presença de baianas em 12 estados e em cinco países, a exemplo de Portugal, onde sabemos que existem duas baianas”.

Sobre o reconhecimento, Rita comemora a possibilidade de ter garantida a condição de passar o ofício e o conhecimento para outras gerações. “Hoje é um dia para se comemorar. É o presente para quem está aqui e o futuro para as (baianas) que ainda virão. Tentar preservar o nosso ofício é poder fazer que os netos saibam o que é a baiana do acarajé, saibam que a avó tem orgulho de ser baiana do acarajé e possam aprender”.

Tradição passada por gerações

Com tabuleiro de acarajé em frente ao Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos de Salvador, Tânia Nery é um exemplo de baiana que tem a tradição passada de geração a geração. “Isso vem desde a minha bisavó, eu passei para meus filhos e agora estou ensinando o gosto para minha neta”, contou Tânia, ao lado da filha Ana Cássia, de 30 anos, e da neta Ísis Sofia, que está às vésperas de completar quatro aninhos. Devidamente paramentada, a menina foi uma das atrações do evento.

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