Mundo Lusíada
Com Lusa
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, lamentou o fluxo “extremamente elevado” de emigração registrado nos últimos anos, sublinhando que se trata de um problema para Portugal, porque “sai muita gente que é precisa cá”.
“Sofremos todos os dias quando vemos partir imensos jovens e não jovens por esse mundo fora e queremos evitar que, no futuro, isso se volte a verificar”, afirmou.
Falando em Famalicão, perante os participantes no 15º Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes em 30 de julho, José Cesário ressalvou que a emigração sempre fez e fará parte da história do país, já que mesmo quando a economia crescia 3 e 4% “saíam de Portugal 30 mil pessoas todos os anos”.
“Esse fluxo é normal, nunca acabará. Mas quando passamos de 30 ou 40 mil para 100 ou 120 mil pessoas, esse é que é o problema”, declarou à imprensa portuguesa.
Até porque, como acrescentou, o Governo tem consciência “de que sai muita gente que é precisa cá, ou que será um dia precisa cá”.
“A esperança que nós temos é que adquiram novas formações lá fora e que dentro de uns anos haja condições para alguns regressarem e, sobretudo, para que os que formamos hoje não tenham de sair tanto no futuro”, referiu.
Para José Cesário, o fluxo migratório português “mantém-se extremamente elevado desde há seis ou sete anos a esta parte”, mas foi “escondido” da sociedade portuguesa pelos anteriores governos.
“Esse fenômeno não foi assumido, mas nós assumimo-lo, não temos receio de o assumir, é pior negá-lo, até porque as pessoas que saem têm de ser minimamente sensibilizadas para aquilo que vão fazer, porque sair é muito difícil, há riscos enormes”, acrescentou.
O governante lembrou que a redução do fluxo migratório passa necessariamente pelo crescimento econômico e pela consequente criação de emprego e afirmou que estas são “coisas que não se resolvem de um dia para o outro”, mas manifestou “muita confiança” no futuro do país.
Diáspora
O secretário de Estado sublinhou que a diáspora é “uma arma fundamental, uma plataforma essencial” para a afirmação e crescimento de Portugal.
Segundo José Cesário, haverá espalhadas pelo mundo cinco milhões de pessoas “com nacionalidade portuguesa direta ou que podem ter acesso à nacionalidade portuguesa”.
“E o domínio da língua portuguesa é hoje um instrumento essencial para fazer negócios em muitas partes do mundo”, acentuou.
A propósito, José Cesário disse que o Governo está apostado em fazer “um pouco mais” pelo ensino da língua portuguesa no estrangeiro, apesar de estar consciente que tem “muito menos” recursos financeiros.
Avaliação dos alunos, formação para os professores definida a partir de Lisboa, um plano global de incentivo à leitura de crianças e jovens, regras na escolha dos manuais escolares, articulação entre as várias estruturas e fim de turmas com reduzido ou exagerado número de alunos são algumas das metas.