Projeto que começou no Timor-Leste, já tem pedidos para ser replicado em Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil.
Da Redação
Com Lusa
O município de Paredes, em Portugal, vai replicar em Moçambique, com o apoio do governo, o projeto de cooperação que permitiu, em 2004, montar uma fábrica de móveis em Timor-Leste, revelou à Lusa o presidente da Câmara, Celso Ferreira.
Como contrapartida, o executivo de Moçambique disponibilizará aos empresários de Paredes um terreno para montarem em Maputo um espaço de exposição e venda dos móveis produzidos em Portugal.
“Em Timor, foi pura cooperação de Lusofonia, em Moçambique está a ser-nos proposto um desafio que é irrecusável, que é comercial e empresarial”, disse.
Celso Ferreira disse acreditar que esta será uma grande oportunidade para os empresários da “Rota dos Móveis” (marca dos móveis de Paredes) poderem crescer na exportação para Moçambique e para a África do Sul, beneficiando da inexistência de taxas alfandegárias entre os dois países.
“Diria que esta é uma iniciativa de cooperação muito mais interessante para as empresas. Sempre desejámos isto, mas nunca pensamos que pudesse ser tão rápido”, disse.
Celso Ferreira vai partir para Moçambique para celebrar o acordo de cooperação com o Governo daquele país de expressão oficial portuguesa, através do Ministério da Defesa.
O edil explicou que será aquela tutela a disponibilizar o espaço para se avançar com a montagem da fábrica de mobiliário.
Como ocorreu em Timor-Leste, Paredes, através das empresas locais, comprometeram-se a disponibilizar equipamento de fabrico de móveis e prestará formação profissional aos trabalhadores locais.
“O objetivo é ensiná-los a trabalhar uma profissão industrial, com uma vantagem que em Timor não foi colocada, que é a oportunidade de vendermos em Moçambique os móveis fabricados cá”, explicou à Agência Lusa.
Questionado sobre a localização da futura fábrica, Celso Ferreira referiu que essa decisão caberá ao Governo de Moçambique, embora Paredes tenha apresentado algumas recomendações, nomeadamente a proximidade de floresta para obtenção de matéria-prima (madeira).
O presidente da Câmara social-democrata disse estar esperançoso que possa ser possível replicar o projeto noutros países de expressão oficial portuguesa, garantindo haver já pedidos de Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil.
A propósito, o responsável destaca a oportunidade da indústria de Paredes poder diversificar mercados, nomeadamente para o Brasil, um país que, observou, “vai ser uma das grandes potências mundiais em termos econômicos”.
No âmbito do projeto realizado em Timor-Leste, em colaboração com a diocese de Baucau, está a laborar uma empresa com cerca de 2.000 metros quadrados, na qual trabalham cerca de 50 timorenses, onde funciona também um centro de formação profissional do setor das madeiras.
O próximo passo da cooperação de Paredes com Timor-Leste, já acordado com o Governo local, vai ser dado com a construção de uma marcenaria para a Associação dos Resistentes Mauberes.