Da Redação
Com Abr
O Rio de Janeiro foi escolhido no domingo, 1º de julho, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Patrimônio Cultural da Humanidade. Com isto, a cidade se torna a primeira do mundo a deter o título na categoria Paisagem Cultural.
A escolha se deu durante a 36ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (36ª WHC), que ocorreem São Petersburgo, na Rússia.
O discurso de apresentação da candidatura do Rio a Patrimônio da Humanidade foi feito, em português, pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que encontra-seem São Petersburgo, acompanhada do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida.
Compõem, atualmente, o Comitê da Unesco, as delegações da Argélia, do Camboja, da Colômbia, Estônia, Etiópia, França, Alemanha, Índia, do Iraque, Japão, da Malásia, do Mali, México, Catar, da Rússia, do Senegal, da Sérvia, África do Sul, Suíça, Tailândia e dos Emirados Árabes Unidos.
A candidatura do Rio de Janeiro está inscrita na categoria Paisagem Cultural e foi entregue em setembro de 2009 à Unesco. Nela, consta um dossiê completo da candidatura, justificando sua importância e seu valor universal, que está, principalmente, na soma da beleza natural da cidade com a intervenção humana. Em janeiro do ano passado, o Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, sediado em Paris, decidiu pela inclusão da candidatura do Rio de Janeiro na agenda da 36ª WHC.
Ao justificar a candidatura do Rio, o Iphan lembra que a cidade é reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo e encontra na relação entre homem e natureza a âncora para a sua candidatura. O instituto também destaca os ícones da beleza natural da cidade como o Pão de Açúcar e a entrada da Baía de Guanabara.
A primeira cidade do mundo
Belezas naturais e harmonia com o homem fizeram do Rio a primeira cidade do mundo a receber o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Por meio da assessoria de imprensa do Iphan, Ana de Hollanda declarou que “o resultado é consequência de um estudo minucioso em que se avaliou a forma criativa com que o habitante se adaptou à topografia excepcionalmente bela e irregular da cidade, inventando modos inéditos de usufruir a vida”.
De acordo com o Iphan, a partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando à preservação de sua paisagem cultural. São eles o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico e a famosa Praia de Copacabana, além da entrada da Baía de Guanabara. Os bens cariocas que agora são patrimônio mundial incluem ainda o Forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana e o Arpoador, o Parque do Flamengo e a Enseada de Botafogo.
Em setembro de 2009, o Iphan entregou à Unesco o dossiê completo da candidatura do Rio, justificando seu valor universal pela interação da sua beleza natural com a intervenção humana.
O conceito de paisagem cultural foi adotado pela agência das Nações Unidas em 1992 e incorporado como uma nova tipologia de reconhecimento dos bens culturais, conforme a Convenção de 1972, que instituiu a Lista do Patrimônio Mundial.
Até o momento, os sítios reconhecidos mundialmente como paisagem cultural relacionavam-se a áreas rurais, a sistemas agrícolas tradicionais, a jardins históricos e a outros locais de cunho simbólico, religioso e afetivo. “O reconhecimento do Rio de Janeiro culminará uma nova visão e abordagem sobre os bens culturais inscritos na Lista do Patrimônio Mundial”, avalia o Iphan.
O Brasil tem, além do Rio, 18 bens culturais e naturais na lista de 911 bens reconhecidos pela Unesco. Eis a lista:
Culturais
– Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, Minas Gerais (1980)
– Centro Histórico de Olinda, Pernambuco (1982)
– Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul (1983)
– Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Minas (1985)
– Centro Histórico de Salvador, Bahia (1985)
– Conjunto Urbanístico de Brasília, Distrito Federal (1987)
– Centro Histórico de São Luís, Maranhão (1997)
– Centro Histórico de Diamantina, Minas (1999)
– Centro Histórico de Goiás, Goiás (2001)
– Praça de São Francisco em São Cristovão, Sergipe (2010)
Naturais
– Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (1986)
– Costa do Descobrimento, Bahia e Espírito Santo (1997)
– Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí (1998)
– Reserva Mata Atlântica, São Paulo e Paraná (1999)
– Parque Nacional do Jaú, Amazonas (2000)
– Pantanal Mato-Grossense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (2000)
– Reservas do Cerrado: Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas, Goiás (2001)
– Parque Nacional de Fernando de Noronha, Pernambuco (2001)