Vamos falar de suicídio

A imprensa portuguesa, noticiou, em paragonas, o suicídio de Rafael Pereira, menino de dez anos, que frequentava a escola Pedro Santarém, em Lisboa.

Pela manhã, ao penetrar no quarto do rapazinho, a mãe ficou abalada, terrivelmente surpreendida e chocada, perante o filho, sem vida, suspenso de uma corda.

Acrescentam os matutinos que era vítima de “bullying”, e que os pais viviam separados.

Ora o “bullying” de que tanto se fala, não é, como se julga, fenómeno novo: sempre existiu; mas a educação administrada preparava os jovens, a defenderem-se melhor.

Quando frequentava o liceu também havia marginalizados, vítimas de “brincadeiras” de mau gosto, que feriam fisicamente e, por certo, deixaram graves traumatismos psíquicos.

Também o “ bullying” atinge o professor. Tive mestre que sofreu gravíssimas zombarias de alunos, a ponto de ter que mudar de escola.

Segundo soube, no ano transacto, professor de música, de Sintra, suicidou-se, deixando no computador o motivo que o levou ao acto tresloucado: os alunos não o respeitavam, e como não podia viver sem ordenado, a solução mais fácil foi o suicídio.

Na infância e adolescência, o suicídio, surge, aos olhos dos jovens, como o meio mais simples de se libertarem do problema, para o qual não encontram solução.

Uma, das muitas causas que pode levar ao termo da vida, é a incapacidade de acompanhar a explicação do mestre, e o atroz receio de ser questionado pela matéria que não sabe.

Não é fácil conhecer a tendência suicida, já que os sinais são discretos e muitas vezes, nem pais e psicólogos experimentados, conseguem detectar.

Todavia, se forem perspicazes, notarão pequenas alterações de comportamento, e sinais de existirem sérios problemas.

Certos casos, sacerdotes e religiosas competentes, podem prestar precioso auxílio, se estes mantiverem laços de amizade com o jovem.

Noutros, mais graves, é aconselhável solicitar o auxílio de psicólogos e psiquiatras, para indicarem tratamento adequado.

A adolescência, não é, como muitos julgam, período de permanente felicidade. O jovem pode, e muitas vezes acontece, sofrer de solidão e distúrbios psíquicos, urgentes de atalhar, evitando-se, assim, situações extremas, quantas vezes irremediáveis.

 

Por Humberto Pinho da Silva
De Portugal

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