Da Redação
Com Portugal Digital
As trocas comerciais do Brasil com os restantes sete países que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) cresceram 25,6% no ano passado, para US$ 4,54 bilhões. Uma evolução ao nível do crescimento do comércio brasileiro com o resto do mundo, que mostra que as economias lusófonas não ficam para trás nas opções de expansão do Brasil. Mas o potencial está a ser totalmente aproveitado?
Unidos pela língua, Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé, Guiné-Bissau e Timor-Leste estão separados por diferentes graus de desenvolvimento econômico e social. Se o momento é de crise em Portugal e de oportunidades em Angola, por exemplo, o Brasil é o mais promissor elemento do grupo, com o seu desempenho econômico e a crescente influência política a fazerem do país sul-americano um dos vértices mais relevantes do grupo de emergentes conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
No seio da CPLP o Brasil é assumidamente um líder econômico. Em 2011 o mercado brasileiro exportou US$ 3,25 bilhões para os seus parceiros lusófonos, importando apenas US$ 1,29 bilhão. Números que, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) traduzem crescimentos de 28,1% nas exportações e de 19,8% nas importações.
Com uma balança comercial amplamente favorável (em 2011 o superávit brasileiro nas trocas com a CPLP foi de US$ 1,96 bilhões), o Brasil não esgotou, porém, todo o potencial dos mercados lusófonos. O recorde das exportações brasileiras para os mercados da CPLP foi obtido em 2008, com US$ 3,76 bilhões, ano que foi também aquele em que o resto da CPLP mais vendeu para o Brasil, com US$ 2,8 bilhões.
Desde 2003 que a corrente de comércio do Brasil com o resto da CPLP é sistematicamente superior a US$ 1 bilhão por ano. O ano mais movimentado de sempre foi 2008, com quase US$ 6,6 bilhões de trocas. Mas em 2009 o número cairia para metade, tendo apenas uma ligeira recuperação em 2010.
Os números da balança comercial da CPLP, vistos do Brasil, indiciam que as relações econômicas da lusofonia estão de boa saúde e não perdem para a tendência global do comércio brasileiro no mundo. A crise econômica vivida em Portugal, o maior parceiro comercial do Brasil dentro da CPLP, poderá ser um obstáculo. Ou uma oportunidade para as empresas brasileiras reorientarem o seu foco para os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).
Exportações do Brasil na CPLP em 2011
1. Portugal: US$ 2,05 bilhões
2. Angola: US$ 1,07 bilhão
3. Moçambique: US$ 81,2 milhões
4. Cabo Verde: US$ 32,3 milhões
5. Guiné-Bissau: US$ 8,8 milhões
6. São Tomé e Príncipe: US$ 960 mil
7. Timor-Leste: US$ 924 mil
Importações do Brasil na CPLP em 2011
1. Portugal: US$ 835,6 milhões
2. Angola: US$ 438,1 milhões
3. Guiné-Bissau: US$ 12,4 milhões
4. Moçambique: US$ 4,1 milhões
5. Timor-Leste: US$ 18,3 mil
6. Cabo Verde: US$ 7,8 mil
7. São Tomé e Príncipe: US$ 1,9 mil