Presidente da República gera indignação com declarações sobre reformas

Da Redação
Com Portugal Digital

Foto/Arquivo: Novembro/2011

O Presidente português Cavaco Silva queixou-se que o valor total das duas pensões que recebe, “tudo somado”, será insuficiente para fazer face às suas despesas. “Quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas”, comentou o chefe de Estado.

A afirmação gerou uma onda de indignação, dado o elevado valor de pensões que Cavaco Silva aufere (pelo trabalho que teve como professor universitário e no Banco de Portugal), que segundo a declaração entregue ao Tribunal Constitucional é de 140.601 euros anuais, ou seja, mais de 10 mil euros por mês (incluindo os 13º e 14º meses de remuneração).

Na versão de Cavaco Silva à imprensa, os seus rendimentos serão bem menores. Confrontado com o fato de manter, como reformado do Banco de Portugal, o subsídio de férias e o de Natal, ao contrário de centenas de milhares de funcionários públicos a quem essas retribuições foram cortadas, Cavaco Silva disse aos jornalistas em 20 de janeiro que recebe cerca de 1.300 euros por mês de reforma da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

“Neste momento já sei quanto é que irei receber da Caixa Geral de Aposentações. Descontei quase 40 anos uma parte do meu salários para a CGA como professor universitário e também descontei durante alguns 30 anos como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem: 1300 euros por mês”, disse Cavaco.

“Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”, disse ainda o chefe de Estado.

O secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, disse que as afirmações de Cavaco Silva são “um insulto” aos portugueses. “Sabendo que o atual Presidente da República, e não vamos agora questionar o quantitativo, beneficia de um rendimento de dez mil euros, isso é quase ofensivo para os ouvidos e a vida desses portugueses que não sabem como é que se hão de governar com 200 e 300 euros de reforma”, disse o líder comunista.

Em declarações à TSF, o antigo candidato à Presidência da República Fernando Nobre referiu que “se efetivamente o que o Presidente da República disse está correto, e se ouvi bem, pergunto-me o que estarão agora a pensar os mais de 300 mil portugueses que têm reformas inferiores a 300 euros”.

1 comentário em “Presidente da República gera indignação com declarações sobre reformas”

  1. Incrível!…Um comentário destes feito por um ex-professor, agora presidente na actualidade, devia medir e pensar nas palavras que deita cá para fora e depois falar. Ofendeu muitos portuguêses que têm que contar o dinheiro cada vez que vão as compras para ver se chega e quantos perdem sua casa, porque o dinheiro não chega, ou compram alimentos ou pagam a renda. Saberiam viver bem com os 10mil que o SrºCavaco recebe…

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