Jogando com estimativas

Neste passado sábado fiquei a saber que Mariano Rajoy terá tomado conhecimento de que o número de desempregados em Espanha atingirá atualmente perto de cinco milhões e quatrocentos mil indivíduos. Uma estimativa relativa a um país cuja população residente andará em torno dos quarenta e cinco milhões de pessoas.
Ora, como pude já explicar por vezes diversas, aquele número de desempregados em Portugal, sempre brandido pela nossa grande comunicação social, de cerca de seiscentos mil, sendo o mesmo desde há uns três ou quatro anos a esta parte, simplesmente não pode estar certo, nem mesmo próximo da realidade.
Pois, esta estimativa de que o líder do Governo de Espanha agora tomou conhecimento, desde que tomada como muito próxima do verdadeiro valor do desemprego em Espanha, permite que, por via de uma proporção direta simples, consigamos ter uma melhor estimativa do que se deverá passar hoje em Portugal. Feitas as contas, o nosso desemprego deverá rondar um milhão e duzentas mil pessoas sem emprego.
Este método parte, como se percebe, de hipóteses discutíveis, mas fornece um valor da taxa de desemprego muito mais próximo da realidade que os tais seiscentos mil desde há quatro anos sempre brandidos. Errado, isso sim, é esse valor completamente fora do que se tem vindo a ver no nosso País.
Em todo o caso, tomo aqui como muito fiável a estimativa que agora chegou ao conhecimento de Mariano Rajoy. Por outro lado, o descalabro da tristemente célebre União Europeia terá, com toda a certeza, vindo a provocar um homogeneização ao nível da desgraça social que se está a espalhar por todo o espaço europeu e que se materializou há dias em novas descidas da tal famigerada notação financeira de diversos Estados até aqui pouco tocados. Afinal, está quase a chegar a todos…
Por estas duas razões, eu acredito na utilidade do método por mim aqui utilizado, embora admita que, tendo-se já atingido os novecentos mil desempregados – um dado já evidente –, o tal milhão e duzentos mil só venha a ser atingido ao longo do presente ano. Ou seja: uma verdadeira catástrofe social e humanitária, para uma boa imensidão de portugueses completamente impensada ainda há uns dois ou três anos atrás. Em todo o caso, uma realidade que, à medida que vai conduzindo a uma saída maciça de portugueses para a emigração, lá vai merecendo a inamovibilidade do Presidente Cavaco Silva, de parceria com o elogio da qualidade cultural das vítimas pelo Governo. Uma qualidade conseguida, como dizia a oposição de direita a José Sócrates, por um (suposto) Sistema Educativo sem qualidade. As voltas que se dão ao País!
Por fim, e fora desta lamentável realidade, o meu elogia ao dono da SICASAL, ontem mesmo homenageado pelos seus trabalhadores, por se conduzir, para lá da defesa da sua empresa, por igual com o pensamento na defesa e promoção dos que para si e consigo vinham trabalhando. Aqui está, pois, um muito bom, justo e humano patrão, muito diferente de um vulgar malandro.
Os meus parabéns, por esta recente e feliz notícia para todos os portugueses, por via deste exemplo do que é ser um bom patrão, um exemplar colega dos que consigo e com o seu investimento criam riqueza e um português de que temos todos razões para estar orgulhosos.
Hélio Bernardo Lopes
De Portugal

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