Da Redação com Portuguesa
Um dos símbolos da Associação Portuguesa de Desportos, o Estádio do Canindé completou dia nove, 40 anos de existência, tendo sido palco de muitos confrontos gloriosos e partidas decisivas. Mais do que um simples estádio, o Canindé representa a realização de um sonho e a concretização dos esforços da comunidade luso-brasileira. Depois de 52 anos de existência, a Lusa tinha, enfim, uma casa digna para chamar de sua.
Inaugurada no dia 9 de janeiro de 1972, em um amistoso entre Portuguesa e o Benfica, de Portugal, a nova casa lusa oferecia (por conta de possuir apenas os anéis inferiores), na época, 10 mil lugares que foram rapidamente preenchidos por uma torcida que fazia fila desde as primeiras horas da manhã para homenagear a Rubro-Verde. Além dos lusitanos, estiveram presentes também convidados ilustres como Laudo Natel, o governador de São Paulo na época, e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Dr. José Ermírio de Moraes.
Depois de 16 anos mandando os jogos nas arquibancadas do Estádio “Ilha da Madeira”, no terreno adquirido da família Saddi em 1956, o clube, finalmente começava a possuir uma casa à altura. Mas, para isso, foi necessário muito esforço de várias pessoas que, inclusive, deram grandes provas de amor ao clube.
Um destes casos foi o de três colaboradores do presidente Oswaldo Teixeira Duarte no Departamento de Patrimônio: Serafim Brito Gomes, Abílio Augusto e Antônio Augusto Pinto. Esses senhores, ao ver o grande desperdício de pregos na construção da obra, passaram a recolher as sobras de pregos tortos durante a construção. À noite, em suas casas, desentortavam para retornar com eles prontos para o uso na manhã seguinte, economizando muito dinheiro na obra. O sr. Antônio Augusto Pinto ainda foi o responsável pela construção das cabines de imprensa provisórias do estádio, graças à sua habilidade como carpinteiro.
Porém, a Portuguesa queria ainda mais e, um ano depois, já começava o estaqueamento para a construção do terceiro anel do estádio, enquanto o prefeito de São Paulo, Dr. Figueiredo Ferraz, cedia ao clube uma área de 15 mil m², o que possibilitou a construção do complexo poliesportivo.
Hoje, as dependências do estádio somam 100 mil m², incluindo a sede social do clube. Nada mal para uma instituição que passou 15 anos sem sede própria, e que atualmente pode se orgulhar de ter um dos maiores complexos esportivos da capital paulista.