Da Redação
Com Lusa
O presidente da EDP, António Mexia, afirmou que o Governo deu “uma prova de ausência de preconceitos” ao escolher a chinesa Three Gorges Corporation para acionista da elétrica que lidera, considerando-a “uma decisão corajosa”.
Os chineses da Three Gorges Corporation foram os escolhidos para a aquisição da participação pública de 21,35 por cento na EDP, revelou em 22 de dezembro a Parpública em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobilários (CMVM). Em comunicado ao regulador do mercado, a Parpública, empresa gestora de participações públicas, anunciou que “a referida alienação será efetuada pelo preço global de 2,69 bilhões de euros, incorporando um prémio de 53,6% em relação ao preço de mercado no dia 21 de dezembro”, em que a elétrica, liderada por António Mexia, fechou a valer 2,246 euros.
À imprensa, António Mexia considerou que “seria muito mau olhar para isto [o processo de privatização] com preconceitos”, elogiando “a capacidade de execução invulgar” que o Executivo PSD/CDS-PP deu provas durante o processo de alienação da participação pública de 21,35% na elétrica.
O presidente da elétrica garantiu que “não tinha nenhuma preferência”, considerando que o essencial era que “fosse o melhor projeto para maximizar o resultado para o Estado e para a companhia e esta oferta tinha indiscutivelmente o melhor preço e uma proposta industrial fundamental, importantíssima para os acionistas”.
Nesse âmbito, o gestor não tem dúvidas que a proposta dos chineses é favorável tanto para o Estado, que com a transação encaixa cerca de 2,7 bilhões de euros, “com um prémio de praticamente 53% sobre o valor em bolsa”, como para a elétrica, que, referiu, aumenta o capital e tem financiamento garantido, “o que é muito importante num momento em que a restrição financeira é grande”.
Contas feitas, António Mexia adiantou que o investimento da Three Gorges Corporation ronda os 8,7 bilhões de euros.
Sobre a continuidade à frente da EDP, António Mexia disse estar “sempre disponível” para projetos em que acredita, realçando que é uma decisão que está nas mãos dos acionistas, a ser tomada na próxima assembleia-geral.
Para António Mexia, a corrida à privatização da EDP, “a capacidade de atrair lideres mundiais é a prova que Portugal consegue fazer mais e melhor”, desvalorizando as notícias que envolveram o negócio sobre a influência política na decisão.
“São coisas que estão sempre presentes num processo como este”, considerou, acrescentando que a missão de atrair investidores começou “há mais de dois anos”.
O presidente da elétrica realçou que a companhia chinesa é “uma referência mundial do ponto de vista de tecnologia e foco na energia limpa”, adiantando que “na EDP todos os acionistas são tratados como iguais, do mais pequeno ao maior”.