Mundo Lusíada
Com Lusa
O Relatório da Emigração apresentado este ano aponta que em 2019 terão saído de Portugal cerca de 80 mil portugueses.
O relatório cita estimativas das Nações Unidas, segundo as quais em 2017 existiriam mais de 257 milhões de migrantes internacionais espalhados pelo mundo, número que correspondia a 3.4% da população mundial, dos quais 2,3 milhões seriam portugueses.
Nesse ano os emigrantes portugueses representavam 0,9% do número total de emigrantes, percentagem sete vezes superior ao peso da população de Portugal na população mundial total (0,14%).
“Não sendo um dos grandes países de emigração, como o México ou a Índia, com mais de 12 milhões de emigrantes cada, Portugal era, em 2017, o 27.º país do mundo com mais emigrantes”, lê-se no documento, que acrescenta: “Na Europa, apenas sete países tinham populações emigradas mais numerosas (Federação Russa, Ucrânia, Reino Unido, Polônia, Alemanha, Romênia e Itália, por ordem decrescente)”
Quando ponderado o número de emigrantes pela população do país de origem, Portugal, com uma taxa de emigração de 21,9%, era o 13.º país do mundo com mais emigrantes.
No quadro europeu, “Portugal era, em 2017, o primeiro país da União Europeia (UE) com mais emigrantes em percentagem da população (21,9%). Em contraste, no que respeita à percentagem de imigrantes na população residente, era um dos países que se situava abaixo da média da UE (8,5%)”.
“A conjugação de alta emigração e baixa imigração, em termos acumulados, situa Portugal no conjunto dos países europeus de repulsão, onde se encontram também a Lituânia, Romênia, Bulgária e Polônia”, referem os autores do documento.
Segundo Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração, do Instituto Universitário de Lisboa, Portugal tem “uma margem de crescimento seguro” para um aumento da imigração, o qual seria “o caminho mais seguro para equilibrar o fluxo” migratório.
O coordenador científico do Observatório da Emigração considera que a sua dimensão faz com que a imigração nem sequer seja atualmente um fenômeno relevante em Portugal.
Segundo o relatório, Portugal tem 2,2 milhões de emigrantes a residir no estrangeiro e 880.000 imigrantes.
Presente na apresentação do documento, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sublinhou o aumento da qualificação da emigração portuguesa, que deverá em breve estar espelhada nos próximos relatórios da OCDE.
Os dados mais recentes desta organização referem-se a 2011 e indicam que a emigração qualificada subiu de 6% em 2001 para 11% em 2011. Segundo Berta Nunes, esse aumento foi, entretanto, muito maior.