60 anos sem Carmen Miranda com um espetáculo na sua terra natal

Da Redação

CarmenMirandaNo próximo dia 5 de Agosto faz 60 anos que Carmen Miranda, a “pequena notável”, faleceu. Para assinalar esse dia, um concerto muito especial vai marcar a data em Portugal. Em Marco de Canaveses, Várzea de Ovelha, em única apresentação do Real Combo Lisbonense, Carmen Miranda volta à terra que a viu nascer.

Em 2014 o Real Combo Lisbonense estreou um novo espetáculo, inteiramente dedicado ao repertório de Carmen Miranda, e o disco “Saudade de Você” com uma seleção das canções desse espetáculo.

Assim, no próximo dia 5 de Agosto, eles levam Carmen Miranda de volta à sua terra, através de uma apresentação que terá lugar junto à Igreja de São Martinho da Aliviada, onde Carmen foi batizada (no ano da graça de 1909). O evento com entrada franca acontece às 22h.

Com um repertório essencialmente constituído por clássicos de sempre e pérolas perdidas da música portuguesa, o Real Combo Lisbonense é uma formação musical que recupera, sob uma perspectiva atual, o espírito e o repertório das orquestras e conjuntos de baile dos anos 50 e 60.

Carmen por Ruy Castro

Carmen Miranda foi uma das mulheres mais queridas do século XX. Dos três países em que se deu a sua biografia – Portugal, onde nasceu, em 1909, e de onde partiu, aos dez meses de idade; o Brasil, onde se criou e consolidou seu talento; e os Estados Unidos, onde se consagrou internacionalmente -, o que menos se beneficiou de sua existência foi Portugal, defende o grupo.

“Os americanos se apropriaram de Carmen assim que lhe puseram os olhos — primeiro, na Broadway, em 1939, e, em seguida, em Hollywood, onde ela fez dez filmes. Por causa destes [e da força do show business americano], a imagem que o mundo passou a ter de Carmen foi a da mulher em technicolor, com as ‘baianas’ extravagantes e os turbantes estratosféricos. Enfim, a Carmen ‘americana’. Que o mundo veja Carmen dessa maneira é normal. Mas não os brasileiros e portugueses. Carmen precisa ser repatriada às suas origens”.

No Brasil, a dos sambas e marchinhas, está presente em discos, livros e exposições. Para eles, é a vez de Portugal redescobrir esta filha que nunca abdicou da sua nacionalidade, cobria-se com xales e véus para ir à igreja com a mãe, sabia de cor todos os fados e não aceitava falar espanhol em seus filmes, já que ela nunca deixou de ser portuguesa, como defendeu RUY CASTRO, autor de “Carmen – Uma biografia” [Companhia das Letras, 2005], prêmio Jabuti de Melhor Biografia e de Livro do Ano pela Câmara Brasileira do Livro.

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