Da Redação
Já chegaram a Portugal 39 mil refugiados ucranianos, dos quais 12.500 crianças. Destes refugiados, cerca de três mil já têm contratos de trabalho, e destas crianças, 4600 já estão integradas no sistema educativo português, segundo a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, em declarações na Assembleia da República.
A Ministra, durante debate urgência requerido pelo Partido Chega sobre garantia dos direitos e liberdades no acolhimento e integração dos refugiados ucranianos, disse que “é verdadeiramente essencial para o Governo” uma plena integração de todos eles no país.
Ana Catarina Mendes disse que a política de acolhimento de Portugal tem sido merecedora do reconhecimento internacional, apontando o agradecimento do Presidente Volodimyr Zelensky ao acolhimento dos deslocados da Ucrânia em Portugal, durante a visita do Primeiro-Ministro António Costa a Kiev.
“Sobre os refugiados que vêm da Ucrânia, é importante que a Assembleia da República tenha consciência que Portugal foi o primeiro país da União Europeia a conceder proteção temporária a estas pessoas e a dizer que aqui acolhia todos os que aqui quisessem chegar”, sublinhou.
“Se há muito que podemos fazer? Sim. Seguramente podemos todos os dias melhorar e isso é também reconhecer quando as coisas correm mal”, disse, referindo que o caso de Setúbal, em que refugiados ucranianos foram recebidos por organizações russas que trabalham com a Câmara Municipal, onde o acolhimento dos refugiados não foi “exemplo no País”.
“A utilidade deste debate – e quero agradecer ao Chega por tê-lo proposto – é mesmo nós perceberemos que mais do que falarmos para os jornais ou para as redes sociais, é falarmos de factos e da política de acolhimento [de Portugal] que tem sido merecedora do reconhecimento internacional”, disse.
Vários partidos defenderam, no parlamento, a necessidade de mais esclarecimentos no que toca ao acolhimento de ucranianos e ao caso de Setúbal, mas rejeitaram que a comissão de inquérito requerida pelo Chega seja solução.