40 militares portugueses chegam em cidade moçambicana após ciclone

Da redação
Com Lusa

Cerca de 40 militares portugueses chegaram na cidade da Beira e já estão prontos para apoiar as operações de busca e assistência às vítimas do ciclone Idai no centro de Moçambique, quando já estão confirmados 293 mortos.

“Nós sentimos em Portugal como se isto tivesse acontecido lá. Moçambique é um povo irmão”, disse Carlos Sobreira, comandante da operação, momentos após a aterragem, na Beira, centro de Moçambique, do avião C-130 da Força Aérea Portuguesa.

O primeiro de dois aviões C-130 com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique aterrou às 16:00 locais (14:00 em Lisboa) no aeroporto da Beira nesta sexta-feira, tendo as equipes que seguiam a bordo sido recebidas pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.

A aeronave transporta a força de reação imediata portuguesa, constituída por 25 fuzileiros, dez elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica).

O grupo de apoio português vai ficar acampado na zona verde da pista do aeroporto, à espera do comando das autoridades moçambicanas para operações de busca às vítimas do ciclone Idai.

O envio dos dois C-130 Hércules, da Força Aérea Portuguesa, foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), Augusto Santos Silva, tendo o primeiro partido de Lisboa algumas horas depois.

“Foram muitas horas de voo, estamos cansados. Mas estamos com a moral alta e dispostos a ajudar”, acrescentou Carlos Sobreira.

Para o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que se encontra desde quinta-feira na Beira, a prioridade deve ser salvar vidas, uma ambição que deve ser partilhada por todos os parceiros de Moçambique.

“A cidade está a dar os primeiros passos. O restabelecimento das infraestruturas de energia e gradualmente as comunicações”, observou José Luís Carneiro.

Também o governador da província de Sofala, Alberto Mondlane, considerou que este gesto demonstra o nível das relações existentes entre Moçambique e Portugal, enaltecendo o apoio que o país tem vindo a receber.

“Não temos razão de queixa, porque tanto ao nível interno como ao nível internacional estamos a receber um apoio muito forte”, afirmou.

Um segundo C-130 com apoio português partiu na noite de quinta-feira para a Beira, transportando uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil, elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.

No primeiro avião, além dos 35 militares, integram a força, uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Os técnicos portugueses que chegaram hoje ao centro de Moçambique vão apoiar as operações de busca e salvamento, com uma equipa de fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior no país e que “conhece bem as responsabilidades”, descreveu o ministro.

A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos, acrescentou Augusto Santos Silva.

Este primeiro C-130 transporta ainda um oficial de engenharia cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista do restabelecimento das comunicações.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou neste dia 22 para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

As autoridades de Maputo confirmaram já o registro de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilômetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *